Manifestações populares e o resultado político

Cristiano Batista. Jornalista(*)

No primeiro semestre de 2013, uma série de manifestações populares ocorreu nas ruas de centenas de cidades brasileiras. Tendo inicialmente como foco de reivindicação a redução das tarifas do transporte coletivo, as manifestações ampliaram-se, ganhando um número imensamente maior de pessoas e também novas reivindicações. A violência policial aos atos também contribuiu para que mais pessoas fossem às ruas para garantir os direitos de livre manifestação.

Pois bem, essas movimentações populares espontâneas que ocorreram no último mês, possuem interesse na resolução imediata de problemas crônicos, determinados por governos onde imperou a cleptocracia durante décadas.

Contudo, apesar de podermos considerar um primeiro passo para a formação de uma consciência política, essas reivindicações com caráter imediatista, não são suficientes para incitar mudanças estruturais. É inquestionável que essa movimentação espontânea da população ordeira é fundamental como ponto de partida para demonstrar a insatisfação, de forma legítima.

Todavia, se faz necessária uma organização política que tenha objetivos claros, com estratégias determinadas para alcançar as transformações desejadas, sem as quais o movimento se transformará em luta sindical, passando ao largo das reformas estruturais de estado a serem conquistadas.

Sem essa organização política, os movimentos ordeiros das ruas não conseguirão formular objetivos a serem alcançados e para isto é obrigatório o conhecimento das verdadeiras causas que impedem o desenvolvimento do país. Ou seja, em primeiro lugar, deve-se conhecer o adversário, seu poder e suas fraquezas.

Os movimentos de massa ordeiros, com o passar do tempo perdem sua eficiência uma vez que as reivindicações são isoladas, não organizadas e de caráter imediatista, portanto, difíceis de serem premiadas. O adversário percebe essas deficiências e investem em seu enfraquecimento, criando falsos líderes ou desviando o rumo das manifestações até seu aniquilamento.

É imperioso que se construa uma organização política com muitos quadros. Que essa consciência política seja gerenciada, com divisão de tarefas, em nível mais elevado e com domínio dos conhecimentos científicos, englobando todas as classes, fazendo com que os objetivos sejam de caráter coletivo, regionalmente, com a participação do povo exprimindo seus anseios.

Portanto, é o partido político, no atual estado de direito que deve possuir as características fundamentais para levar as forças patrióticas, ordeiras e legítimas ao poder.

*Cristiano Batista dos Santos. Além de Jornalista, filiado a Federação Nacional de Jornalistas. Consultor Organizacional. Bacharel em Teologia, pela Faculdade de Teologia Solascriptura. Especialista em Direitos Humanos e Mediação de Conflitos, pelo Instituto Tecnológico Social Brasil. Diretor nacional da União Sindical dos Trabalhadores. Conselheiro titular do Conselho Estadual do Emprego e Renda de Sergipe.

Cristiano Batista dos Santos
Enviado por Cristiano Batista dos Santos em 25/07/2013
Código do texto: T4403408
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.