EGITO SOFRE NOVA REVOLUÇÃO

Após um ano de governo da Irmandade Muçulmana, o Egito volta a sofrer uma nova revolução e o presidente eleito democraticamente acaba de ser retirado do poder pelas forças militares com o apoio da maioria esmagadora da população. A primeira vista parece um golpe militar, mas não se trata exatamente disso. Que se trata de um golpe não resta dúvida, uma vez que o presidente derrubado foi eleito democraticamente em eleições livres e limpas e uma constituição aprovada em referendo estava em vigor. No entanto, esse mesmo governo, o qual foi eleito após o fim de uma longa ditadura, ao assumir o poder, passou a governar usando os mesmos métodos da ditadura anterior e com isso traindo a revolução, conhecida como Primavera Árabe. A insatisfação popular com o governo da Irmandade Muçulmana, liderada por Mohamed Mursi, foi crescente desde os primeiros dias, quando, ao assumir o governo, virou as costas para a oposição e para a própria população. Os militares, que desde a derrubada de Hosni Mubarak há pouco mais de um ano sempre estiveram ao lado da população, ganhou popularidade, popularidade essa que ficou ainda maior após fazerem uma transição pacífica para a democracia, foram os protagonistas mais uma vez. Prometeram não só respeitar os anseios dos egípcios como criaram uma corte constitucional a fim de fazer uma nova transição, com novas eleições. É por isso que, apesar de se tratar de um golpe, num primeiro momento não parece estar se configurando um golpe militar tal qual a história está repleta de exemplos. Ainda é cedo para se dizer quais as consequências desse ato para o Mundo Árabe e para o resto do mundo. No entanto, o que se vê é a voz do povo mudando o rumo do país mais uma vez.