A decisão da presidenta Dilma de adiar a visita oficial aos Estados Unidos, depois das denúncias de espionagem daquele país ao governo e à Petrobras, é muito mais um ato político interno do que uma respostas aos EUA. Que os Estados Unidos não nos deram uma explicação e muito menos uma justificativa por nos ter espionado é motivo suficiente para o cancelamento do encontro entre os representantes máximos dos dois países, ainda mais se levarmos em conta que nem mesmo uma promessa de que não nos espionarão foi dada. No entanto, essa questão poderia muito bem ser discutida e até mesmo resolvida na reunião entre Barack Obama e Dilma Rousseff. Mas é ai que está a questão: manter essa viagem depois desses fatos seria considerado por muitos um sinal de fraqueza que certamente a oposição usaria contra a candidata Dilma nas eleições do próximo ano, na tentativa de mostrar que ela é fraca e se curvou aos EUA e está aquém do cargo que ocupa, ainda mais que boa parte da população brasileira tem um sentimento antiamericano. De forma que o motivo principal para o adiamento dessa viagem não foi exatamente uma resposta aos EUA pelo descaso com que tratou esse grave incidente mas sim à oposição ao governo Dilma, evitando com isso dar mais munição aos adversários, uma vez que estes já dispõem de uma série de razões para convencer o eleitorado a não dar mais 4 anos à Dilma e ao PT.