Eu não creio que a disputa presidencial em 2014 será o que o PT e a presidenta Dilma estão pensando. Por mais que a popularidade da Dilma esteja em alta e por mais que ela apareça como a favorita nas pesquisas mais recentes, isso tudo deverá mudar ao longo de 2014. A não ser que o Brasil ganhe a Copa do Mundo, a inflação desacelere, o país volte a crescer de forma mais robusta e o desemprego continue baixo. Desses cenários, talvez o mais provável seja com relação à inflação, onde uma ligeira queda deve ocorrer, já que o índice desse ano ficará bem acima daquele esperado pelo governo nos primeiros meses do ano. Quanto ao desemprego, com a atividade econômica relativamente baixa, poderá inclusive ter um leve aumento, principalmente após o término da Copa do Mundo. O Brasil não vai crescer muito em 2014, talvez até cresça alguns décimos acima de 2013, mais por causa do efeito da Copa do que por razões macroeconômicas. Aliás, sem uma reforma tributária, não há condições do país crescer mais do 2% ao ano. E esse é sem dúvida o maior desafio do próximo governo, o qual terá de tomar medidas impopulares a fim destravar a economia, coisa que o governo atual ainda não teve coragem de fazer e provavelmente não fará. Quanto ao Brasil ganhar a Copa do Mundo, isso é impossível de prever, embora a seleção brasileira vem mostrando nos últimos amistosos um grande evolução, sem contar que o Brasil joga em casa e ao lado de sua torcida, o que nos dá uma certa vantagem, vantagem essa que se torna ainda maior se levarmos em conta que os europeus não estão acostumados com o calor escaldante dos trópicos, o que faz a nossa vantagem ser ainda maior. Mas futebol é uma caixinha de surpresas e tudo pode acontecer, até mesmo sermos eliminado na primeira fase, embora isso me parece improvável. Enfim, 2014 não será um ano favorável ao governo. A oposição, que anda perdida, desorganizada e ainda não mostrou sua cara, poderá levantar a bandeira das reformas e levar consigo todo o setor produtivo, deixando Dilma encurralada e dependente tão somente daqueles que se beneficiam das políticas assistencialistas do governo, pessoas essas capazes de mudar de lado com o menor afago.

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