Anestésico ou Alienação?

Em conseqüências do que se transformou, diante de uma visão do que é o Brasil hoje, a população está anestesiada, prosseguindo anestesiada pelo "soro" dos políticos, representantes do povo e pelas políticas politiqueiras das verbas oficiais que geram dependência de favores, tratando e considerando o povo como Zé Ninguém, Jeca Tatu, zé povinho ignorante, manipulável politicamente. Alguns "formadores de opinião" apontam que vivemos num país de povo “macunaímico”, ou seja “sem nenhum caráter”, o que mostra uma leitura do famoso personagem de Mário de Andrade. Por isso não seríamos um “país sério”, valendo-se de uma frase proferida pelo embaixador brasileiro Carlos Alves de Souza, popularmente atribuída a Charles de Gaulle: O Brasil não é um país sério “Le Brésil n'est pas un pays sérieux”. Em suma o que esta “Síndrome do país sério” manifesta é o explícito tipo de raciocínio e sentimento manifesto de um povo que se transformou impotente, sendo considerado simplesmente “o povão” .

Aquele que tem escasso conhecimento, sofre, talvez, da pior ignorância, pois saber pouco é muitas vezes pior do que nada saber.

Como todos sabem Monteiro Lobato imortalizou na literatura nacional a figura do homem do campo, mais exatamente do caipira típico do Estado de São Paulo, na figura do Jeca Tatu, personagem de seus livros infantis que se caracterizava por seus não muitos dotes intelectuais, mas grande paciência, bondade, ingenuidade e ares de felicidade.

Hoje em dia esta imagem do homem do interior praticamente não existe mais. O desenvolvimento da sociedade e tecnologia com o avanço das telecomunicações não permitem que a grande maioria das pessoas fique alheia as novas tendências sociais e mesmo materiais da sociedade como um todo. Praticamente em todas as casas desse Brasil a fora existe um telivisor ou um rádio que traz a possibilidade de todos saberem o que se passa.

A ignorância passiva, entre as suas variadas formas, a comunicação pode-se também ser considerada uma forma de alienação. A alienação é passada de um comunicador que possui uma informação nova (verdadeira ou não) e é recebida por um receptor que até então desconhecia. De uma certa forma, a partir disso nota-se que em grande parte a informação pode ser considerada mensagens alienadas, pois são passadas mensagens a toda hora e que se é “obrigado” a crer e levar como verdade: dentro do tubo do telivisor, dentro igrejas, nos palanques eleitorais, nas ruas, etc, funcionando sempre da mesma forma. A alienação normalmente é vista nos meios de comunicação de massa por vários autores, onde esses meios estão sempre mandando novas mensagens (subliminares ou não), fazendo com que acreditem na maioria das vezes somente nas informações, sem instruções de cobrança e moldes da busca pelo direito.

A religião tem grande poder de alienação, devido a algumas de "suas verdades” contrapondo o raciocínio cientifico. Já nos meios de comunicação de massa em relação à alienação é evidente a manipulação dos indivíduos, causada pela indústria cultural e por interesses de vários segmentos.

As "provocações sociais" estão aliada a má administração pública e de planejamento, de desenvolvimento que vem ocorrendo nos últimos 40 anos, que tem provocado pouca atenção (ou certa estratégia de alienação) aos investimentos na Educação e Cultura. Tais provocações sociais tem gerado o aumento da pobreza, não só material, mas sim e principalmente, Educacional e Cultural, gerando cada vez mais Jecas Tatu.

A palavra ignorância está carregada de sentidos de passividade e negatividade, sendo assim:

O não-informado Seria o Ignorante e Ignorante Passivo (aquele que recebeu certo grau de educação e cultura) Seria o Inerte, Indolente, Ineficiente, Conformado e Acomodado.