DESEJO GENUINO

Não me alegro com o estado de saúde de Genoino, que realmente parece complicado pelas avaliações médicas. No entanto, as coisas e circunstâncias são distintas. O cuidado que o Estado deve direcionar ao mesmo precisa ser direcionado não por razoes humanitárias, como disse a presidente, mas por bom senso no exercer da justiça.

A lamentar que a fala de Dilma reduziu-se ao contexto de Genoíno. Nunca a ouvi dizer algo sobre o sistema prisional comum que, com celas lotadas e mal estabelecidas, leva os detentos ao contexto das doenças múltiplas, no corpo, na alma e na mente. Silencio sepulcral quanto a isto. Talvez porque ali estejam pessoas “menos dignas” do que os mensaleiros. Para esta realidade não vale o aspecto humanitário que tanto a presidente explica sobre a situação do seu “ companheiro” .

Desejo melhoras a Genoino, mas também desejo que o sistema prisional brasileiro seja humanizado, voltando as suas praticas para a cura e restauração daqueles que vivem os deslizes comportamentais, o desvios de caráter, os fatos insofismáveis da vida dos quais se permitiram atores, de tal maneira que os nossos presídios não se constituam em escolas do crime, mas agentes de transformação de destinos pessoais, daqueles que ali estão e daqueles que aqui estão, pois se isto acontecer as reincidências não se repetirão como uma dizima periódica comportamental no cotidiano social.

Desejo que as penas impostas pelo Supremo não sejam taxadas de perseguição política, porque de fato não foram. Fatos comprovados e devidamente julgados estabeleceram as ações da justiça. De igual modo, desejo que a justiça brasileira receba entre os Magistrados, Promotores, Desembargadores, Advogados e Oficiais, em sua nova geração, moços e moças apaixonados pela ética e pela aplicação das leis e pela revisão das mesmas quando obsoletas ou mal esclarecidas.

Que o Código Penal Brasileiro seja realmente cumprido e que, onde e como necessário for, seja revisado para o estabelecimento de uma justiça plenificada diante das novas e inusitadas demandas sociais.

Desejo que os poderes sejam exercidos e respeitados entre si, especialmente a partir do Planalto Central, mas igualmente em todas as instâncias da nação.

Que a democracia seja respeitada e que aqueles que pensem diferentemente do “status quo” estabelecido possam fazê-lo sem retaliações ou cerceamentos, como se vê na pratica política Brasileira. Atitudes estas que paralisam cidades, estados e países por sua divisão e guerras políticas menores.

Que partidos e números não sejam maiores do que as causas sociais que se tem que administrar. Que as barganhas não sejam uma espécie de “sequestro relâmpago de convicções” para se receber “fatias do poder”. Houve um tempo que alguns diziam que “isto é um absurdo” , mas , uma vez no poder o absurdo se tornou amigável e o projeto de poder maior do que as esperanças sociais de transformação.

Desejo ver o Brasil vivendo os princípios da Palavra de Deus, a justiça do sermão do Monte, as perspectivas relacionais propostas no livro de Provérbios e para tanto, desejamos que nós, como Igreja do Senhor, não tenhamos apenas o discurso ético, mas a vivencia ética que nos respalda, a partir de nossas casas e famílias e daí na vivencia social e relacional, de tal maneira que o desejo se transforme em realidade e o Brasil deixe de ser uma promessa para tornar-se, de fato e como merece ser, nação referencial e líder entre as nações da terra. Este é o meu sonho para os meus filhos e para a terra na qual Deus nos plantou.

Pr. Fernando Alberto Araújo - www.radiomusicalgospel.com.br