O Brasil e o Coma Induzido

Esperei um pouco para escrever estas linhas, o que hoje faço com mais tranquilidade e menos paixão. Na efervescência dos episódios relacionados ao contexto das manifestações brasileiras, em plena Copa das Confederações, muito dissemos, muito pensamos, muito ouvimos. A questão agora reside na observação do sub-produto de todos aqueles atos. Espero sinceramente que os dados factuais e verificáveis não se resumam aos números constatados nos prejuízos públicos e particulares do vandalismo dos oportunistas. Se assim for, estamos esvaziados em nossas esperanças nacionais de mudanças objetivas.

O tempo passa, o ano finda, o silencio de convicções gera apreensão. Será que a desesperança, a impunidade, a corrupção, este trinômio abominável são mais fortes do que os sonhos de gente honesta, trabalhadora, comprometida? Será que do nosso meio, as vozes dos desistentes vai ecoar mais alto, dizendo-nos que diante da conjuntura estabelecida não existe mais retorno, volta ou possibilidade de recomeço? Será que nos dirão que a nação, vendida pelo preço do assistencialismo de interesses, deitou-se desta vez para aceitar o coma induzido?

A Proclamação de uma Republica, como a do Brasil, livre do despotismo de impérios estrangeiros, se vê solapada e ameaçada por aqueles que sangram a nossa economia com a força de traços e assinaturas vis e espúrias, não sob a égide de “derramas imperiais” , mas das “sanguessugas nacionais”, as quais se agarram no espectro do poder. Não creio nisto e estou mesmo disposto a ser um daqueles que continue na rota dos arautos da nação que, com letras e ações, não apenas deseje um pais melhor, mas efetivamente trabalhe por ele, não apenas por mim ou por minha geração, mas pelo legado responsável que precisamos deixar paras as gerações futuras.

Este Brasil, o meu Brasil, o seu Brasil, a nação de excelência da qual fazemos parte e na qual Deus nos plantou, não terá entre os seus filhos a síndrome da omissão. Sim, sabemos que existem aqueles que admitem o seu preço, que vendem as suas consciências e convicções, que se nivelam aos corruptos quando se permitem corromper.

Mas sabemos também que um dia Deus disse ao profeta Elias, fazendo uma leitura da situação do povo de Israel, de que haviam 7 mil que não se dobraram, 7 mil que mantiveram suas convicções, 7 mil que assumiram os riscos de ir na contramão da conjuntura estabelecida pelos equívocos conceituais e práticos de seu Rei, e especialmente da Rainha Jezabel. Sabemos que no Brasil existe gente inteligente e capaz para, com coragem e ousadia, ser profeta no meio de uma geração que perdeu seu norte, seus valores, estremecida em seus conceitos sociais.

Há 3 grupos na nação hoje. Os agarrados e comprometidos demais com as fontes do poder das barganhas. Os anestesiados e desesperançados, abraçados com a filosofia do “deixa a vida me levar...” E os atalaias, os profetas, que na torre de vigia estão atentos e vigilantes, prontos a anunciar com as suas vidas que o tempo das mudanças chegou. De que grupo você faz parte mesmo?

Pr. Fernando Alberto - www.radiomusicalgospel.com.br