De Joelhos, Não

“Uma violação inaceitável e inadmissível da soberania nacional”. Assim se pronunciou o ministro das Relações Exteriores brasileiro a respeito das recentes notícias de atos de espionagem promovidos pelos Estados Unidos. Dessa vez tendo como foco Dilma Rousseff, Presidente da República. Mais do que acertada a fala do ministro. Antes de mais nada, trata-se de um ato contra todos os cidadãos brasileiros. Cujo conjunto conhecemos por nação, para quem não sabe. Como uma lourinha de certo canal de TV que nos dizia ontem as seguintes pérolas:

“Tudo bem, fomos espionados. E daí? Vamos atacar os Estados Unidos? Temos bala na agulha pra isso? Vamos nos privar de relações com o quarto ou primeiro parceiro comercial que temos? O que devemos fazer é desenvolver mecanismos ou estratégias no sentido de minimizar ou impedir o sucesso desses programas de espionagem”.

Excetuando-se o conteúdo final da observação da lourinha, infelizmente, esta deve ser a posição de muitos brasileiros. Que preferem ser tratados com desrespeito e intimidação quando a questão é não aceitar procedimentos indecorosos contra o nosso país. Perpetrados pela nação mais poderosa do planeta. Como ocorre com algumas nações, com cultura, língua e tradição próprias, que são obrigadas a ter a bandeira de seu país ao lado da americana diante de seus prédios administrativos ou governamentais.

O Brasil não é uma potência nuclear. Aliás, porque não quer. Ou porque respeita os acordos internacionais, tantas vezes desrespeitados pelos próprios Estados Unidos, que tratam da não proliferação de armamentos nucleares.

Mas não precisamos aumentar o nível da nossa dependência – econômica, cultural, tecnológica, etc. – a ponto de ficarmos de joelhos diante de ações infames, só porque elas são promovidas pelo país com a imensa capacidade que tem de vencer muitas guerras por ele mesmo fabricadas.

Em que pesem possíveis ou indiscutíveis insatisfações com o atual governo, esperamos que as almas de todos os brasileiros possam estar nesse momento juntas com a da nossa presidente nos encontros e gestões internacionais que tratem dessa inadmissível violação. Vamos torcer para que “baixe” na presidente o espírito revolucionário ou, no mínimo, contestador da época da ditadura iniciada em 1964 e financiada e apoiada pelos EUA, como hoje sabemos com mais detalhes. E que “cante pra subir” o espírito que nela consegue conviver, por exemplo, com bigodudos “imortalmente” incrustrados como marisco no poder, donos de meio Maranhão.

Rio, 03/09/2013

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 31/05/2014
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