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Segundo especialistas na questão Faixa de Gaza, “durante cerca de 20 anos foram três os principais pontos sustentados pelos EUA para contrariarem sozinhos o consenso internacional, com base no domínio americano nos campos diplomático, militar, econômico e ideológico, opondo-se a acordos de paz visando o fim do conflito árabe-israelense. São eles: a retirada (dos territórios ocupados), a rejeição aos árabes e o direito de resistência.

Retirada – os EUA rejeitam a retirada total dos israelenses dos territórios ocupados, em abandono à sua posição anterior, de fevereiro de 1971, favorável ao consenso internacional no sentido da desocupação indevida dos territórios árabes.

Rejeição – os EUA sempre tiveram liderança no campo da rejeição, negando o direito nacional de autodeterminação dos árabes desde o tempo da Palestina antiga.

Direito de resistência – os EUA negam o direito de resistência ‘a regimes racistas e colonialistas bem como à ocupação estrangeira ou outras formas de domínio colonial’, nos termos das Nações Unidas.

Nesses três pontos os EUA saíram vitoriosos. Os acordos entre Israel e a OLP (Organização para a Libertação da Palestina) adotam a posição americana no que corresponde à 1) retirada parcial dos territórios ocupados, à 2) negação dos direitos dos palestinos e à 3) negação do direito de resistência.

Não apenas Yasser Arafat, mas o mundo todo capitulou diante do ‘tratado histórico’, reconhecendo que, depois da Guerra do Golfo, os EUA sentem-se capazes de estender a Doutrina Monroe ao Oriente Médio e de apelarem ao uso arbitrário da força, se a situação o exigir, para deixar claro que ‘O que Dizemos, Prevalece’ – um dos slogans de George Bush ao anunciar a Nova Ordem Mundial enquanto bombas e mísseis estavam sendo acionados”.

E o que se vê agora, com essas atrocidades diárias cometidas pelos israelenses e já condenadas em todo mundo? Com os EUA se posicionando a favor do fim das hostilidades, como se tivesse a sensatez que não têm demonstrado em 20 anos? Como se Israel estivesse de fato sozinha nessa empreitada. Como se tivesse sido apenas unilateral a ação conduzida pelos dirigentes israelenses desde o primeiro território usurpado ou indevidamente ocupado.

Trata-se de genocídio, sim, como disse o intelectual israelense Eric Hobsbawm. E não um massacre, como diz timidamente Dilma Rousseff, procurando manter-se ao refúgio da ira de Israel. Ficando claro que a nação israelense nunca esteve sozinha nesse empreendimento que já dura anos. Tem tido, como sempre, o apoio do maior império bélico do planeta.

Rio, 30/07/2014

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 30/07/2014
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