A MORTE DE EDUARDO CAMPOS... NOSSO J. KENNEDY

Morreu o nosso futuro Kennedy. Guardada as devidas proporções históricas, Eduardo Campos, sempre sorridente, otimista, com ótima imagem pessoal, ligado a família, com visão social, crença no mercado, linguagem moderna e apaziguadora, com precedentes políticos sólidos de uma família tradicionalmente ligada à política, se assemelhava demais ao presidente americano morto, até segunda ordem, pela intolerância e conservadorismo dos republicanos. John Kennedy com suas idéias modernizadoras, seu espírito jovial, parecia um perigo para o "Stablishment" americano e seu vice Lyndon B. Johnson, apesar de também democrata, tinha um viés mais conservador e estava muito mais alinhado a cultura conservadora dos anos 60. Logo que assumiu enfiou os EUA na Guerra do Vietnã com corpo e alma, satisfazendo as alas mais críticas dos republicanos ,adeptos à participação dos americanos na guerra contra o comunismo. Foi o auge da guerra fria entre capitalistas e comunistas que tanto mal fez ao mundo nas décadas de 60, 70 e 80 e que ajudou a Rússia e os EUA a vender bilhões de dólares em armas e fomentar guerrilhas e ditaduras pelo mundo, que tanto enlutaram as famílias.

Eduardo Campos, era um fato novo na política, talvez não ganhasse, mais sedimentaria, com certeza seu nome para futuros pleitos. Tinha uma visão clara dos problemas atuais e embocadura política, parecia não ter rabo preso e tinha cacife, para postular voos mais altos. Uma grande pena sua morte, tão prematura, tão imprevista. Pode, apesar de morto, ainda influenciar a próxima eleição, com o voto póstumo, pois seus ideais podem e devem ser aproveitados, já que sua morte foi emblemática, porque morreu lutando por seus sonhos, coberto de esperança que visava melhorar a vida dos brasileiros e recolocar o país nos trilhos do progresso. Seu sorriso era sua marca registrada. Um sorriso claro de quem nada deve e de quem tem confiança no que faz e nos seus propósitos. Se conseguiria fazer ao que se propôs, se se cooptaria ou não ao viciado sistema político reinante, se se entregaria ao "raposismo" leproso da política nacional, onde os fins justificam os meios, nunca saberemos. Porém seus antecedentes, sua visão pragmática e seu histórico, seu discurso apontavam para novos tempos, novos caminhos, tão necessário neste quadro empobrecido, vilipendiado e moralmente vergastado da política nacional, a quem os mandatários atuais do poder em nada contribuíram para melhorar. No teatro da política atual do Brasil, os céus pertencem aos abutres e o chão é dominado por cascavéis.

Aliás, a saída, elegante, de Campos do PT, me acendeu uma fagulha de esperança neste candidato.Olhava-o à distancia, torcendo para que ele não nos desapontasse. Ao se recusar trilhar os caminhos e desmandos atuais e apontar uma nova saída, ele passou a ser merecedor de algum crédito de minha parte. Esperamos que sua luta não tenha sido em vão e que seus herdeiros saibam honrar seus princípios pelos quais lutou e pelos quais morreu.

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 14/08/2014
Reeditado em 10/02/2018
Código do texto: T4922126
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.