Epígrafe: Leo Huberman e o clássico "História da Riqueza do Homem"

Leo Huberman (17/outubro/1903 a 09/novembro/1968) economista de formação marxista, escritor e jornalista americano publicou "História da Riqueza do Homem" em 1936, apenas alguns anos após a primeira grande crise mundial do capitalismo (1929) e numa época em que o mundo observava o surgimento do fascismo na Itália, do nazismo na Alemanha, a estruturação do comunismo na Rússia.
Seu livro que é um bem sucedido ensaio para articular a explicação da teoria econômica por intermédio da história ao mesmo tempo que busca explicar a história por intermédio da teoria econômica, até hoje não perdeu a atualidade.
Nos derradeiros capítulos de seu livro, Huberman destaca:
" [...] A análise de Marx se resume nisso: o capitalista tem de manter os lucros conservando baixos os salários; mas, com isso, destrói a capacidade aquisitiva de que depende a realização de lucros. Salários baixos tornam possíveis os altos lucros, mas ao mesmo tempo tornam os lucros impossíveis porque reduzem a procura de mercadorias. Contradição insolúvel." (pág. 284).
E acrescenta:
" [...] a economia fascista é a economia capitalista com a mesma necessidade de expansão, a mesma necessidade de mercados, que caracteriza o capitalismo no seu período imperialista. Quando a economia capitalista entra em colapso e a classe trabalhadora marcha para o poder, então os capitalistas se voltam para o facismo como a saída. Mas o fascismo não pode resolver seu problema, porque nele, do ponto de vista econômico, nada se modifica. Na economia fascista, como na economia capitalista, a propriedade privada dos meios de produção e o lucro são básicos." (pág. 317).
Para terminar com estas palavras:
"[...] Haverá uma moral para os capitalistas, na história de como os indianos pegam macacos, contada por Arthur Morgan? ' Segundo a história, tomam de um coco e abrem-lhe um buraco, do tamanho necessário para que nele o macaco enfie a mão vazia. Colocam dentro torrões de açúcar e prendem o coco a uma árvore. O macaco mete a mão no coco e agarra os torrões, tentando puxá-los em seguida. Mas o buraco não é bastante grande para que nele passe a mão fechada, e o macaco, levado pela ambição e gula, prefere ficar preso a soltar o açúcar.' " (pág. 318)
Qualquer semelhança que se possa observar com a realidade no mundo de hoje não será por certo mera coincidência.