Revolta ou guerrilha urbana? PARTE – I

Revolta ou guerrilha urbana?

Após 40 anos, estamos vivenciando uma experiência um tanto quanto curiosa. Assisti cuidadosamente e avaliei as declarações do Coronel Malhães, algumas perguntas foram respondidas, outras são interpretativas como o próprio declarou a Comissão da Verdade.

Não quero com isso dizer que sou a favor desta ou daquela decisão tomada pelo Estado Maior das Forças Armadas. Muito pelo contrário que houve muitos excessos e informações desencontradas. No entanto, lidando com mudanças de sistema político e de governo de um país, ainda mais em se tratando especificamente do Brasil, um com dimensões continentais, o maior e mais importante da América do Sul, tudo é diferenciado.

Com a revolução cubana, o início da ditadura de Castro nos anos 60, influenciado diretamente pelo regime Comunista da U.R.S. S, o E.U. A via-se de certa maneira acossado pela construção de uma base de mísseis nuclear em Cuba, era um desafio a ser vencido a qualquer preço.

Vamos imaginar uma América do Sul dominada pelo regime comunista. Mas, os defensores dos direitos humanos vão pular na frente em defesa aos milhares ou milhões que morreram por esta causa. Porém, não é bem assim.

Não se combate subversão e terrorismo urbano ou qualquer outro tipo que seja com diplomacia e distribuindo rosas brancas. Não, sintomaticamente, não. Com a renúncia de Jânio, João Goulart estava em viagem diplomática à China de Mao. O Brasil estava à deriva politicamente, não havia sustentação para uma transição sólida e segura. Os abutres estavam de bicos e garras afiadas, não poupariam esforços para dominar o poder. Este movimento já vinha se consolidando há tempos atrás. A cada dia tornava-se mais sólido no país, era real a mudança do sistema de governo. A direita conservadora não queria a posse de Jango porque este iria consolidar mudanças cruciais no regime governamental desta nação. As reformas de base eram totalmente democráticas, tanto que foram reiniciadas com a vitória no colégio eleitoral da chapa “Tancredo Sarney”, a diferença é que, estas tinham sido deturpadas, readaptadas visando um movimento alienatário e repressivo sem que fosse percebidas. A censura imposta pelo regime tornou o povo de certa maneira receoso. Um governo civil reacendia os princípios democráticos e a liberdade irrestrita, total e ampla.

Voltando a 1964 para uma melhor compreensão, soldados e cabos não suplantam a hierarquia militar de uma nação.

Aí estava o GOLPE. Com a cumplicidade da CIA, Mossar e outros aparelhos de inteligência contra espionagem, terrorismo e subversivísmo.

O pau começou a quebrar, já quebrava silenciosamente, as informações eram muitas, umas corretas e outras plantadas propositadamente. Mas o que não estava explicitado no movimento, não era o governo legítimo que foi deposto. Sim a estratégia comunista infiltrada até e principalmente nas forças armadas que desencadeou uma série de atitudes decisivas extremamentes radicais e logisticamente necessárias naquele exato momento da vida dos brasileiros honrados, das famílias e principalmente de uma política totalmente totalitária e sólida. Isto porque tratava-se de soberania nacional.

Vamos imaginar que nada disso houvesse ocorrido e o país hoje vivesse um regime comunista, com um sistema de governo ditatorial na essência do termo, não nos discursos desencontrados de quem apoio um governo meia bomba e falso, para não dizer oportunista e revanchista. São verdadeiros lobos disfarçados de ovelhas.

Grande parte dos envolvidos em assaltos, atos de vandalismo, guerrilhas, sequestros, assassinatos e outros, já eram propenso ao crime detentores de má índole, vida fácil à custa de quem contribuiu na solidificação, crescimento, respeitabilidade e desenvolvimento desta nação. Muito embora aquém da realidade europeia e americana, mas sobrevivíamos e caminhávamos para um futuro promissor.

Bruxo das Letras
Enviado por Bruxo das Letras em 17/12/2014
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