Revolta ou guerrilha urbana? PARTE – II

Getúlio Vargas

Ainda, voltando no tempo, o regime Getulista, a “Ditadura Vargas” acabou por trazer benefícios ao país, como: A CLT, CSN, FNM entre outras, porém cometeu um erro elementar. Apoiar ao Nazismo foi um pecado mortal. As coisas estavam complicadas, o EUA afundou um navio em águas brasileiras e incluiu o Brasil na guerra. Mussollin estava fervilhando com o fascismo na Itália, os “Camisas Preta” a fogo e terror no povo italiano dividido pela política instável pela guerra.

Era uma anarquia generalizada.

Diga-se de passagem, “A Máfia italiana” tornava-se cada dia mais poderosa. Com ela a intimidação aos comerciantes, políticos, policia, a sociedade e o poder constituído.

Nossos soldados foram à guerra, a atenção foi desviada, o país em crise e o povo fazendo campanha pelo nosso exército.

O EUA fazia como faz até hoje seus jogos de intrigas, fomentando guerras, manipulando a opinião publica para faturar muito com a venda de armas e munições para os inimigos, dinheiro este que retorna aos bolsos dos corruptos e para criar mais conflitos, aumentar impostos e ludibriar os países aliados, hoje um pouco menos. Já não são tão intocáveis assim.

A troca de Olga Benario, pela liberdade de Luis Carlos Prestes foi outra manobra criminosa, esta veio fortalecer o veio da maior liderança comunista em nossa terra, nossa vida. Prestes deixou a própria esposa ser sacrificada pelos Nazistas em troca de seus ”Ideais Comunistas”.

”Vejam como a história vai nos mostrando as causas e os efeitos que vivenciamos hoje”.

Mas Getúlio acabou se suicidando, aconselhado à única saída honrosa depois de ficar em um beco sem saída, porém ficaram seus pupilos, entre eles o grande facínora, na minha concepção, Tancredo de Almeida Neves, que curiosamente era bastante intimo do ditador, tanto que:

“A caneta de ouro personalizada que Getúlio lhe presenteou em seu aniversário, foi à mesma que foi usada na carta do suicídio”.

Ela estava sobre o texto final de uma era ditatorial que dividiu bons e maus momentos. Só para lembrar: “O petróleo é nosso”.

Curiosamente, parece que a história se repete de 50 em 50 anos ou mais ou menos isso, mas, puro acaso, ou não!

Tancredo, Jango, Jânio, Lacerda, Juscelino, Ulisses e mais um milheiro destes homens, hoje a maioria já mortos, apoderaram-se do Brasil. O governo Juscelino foi marcado por disputas acirradas e a construção de Brasília. Oscar Niemayer, arquiteto, comunista declarado e amigo íntimo de L.C. Prestes. Foram em passos longos em busca de uma sede de governo que fosse isolado no centro do país no intuito de não correr riscos desnecessário.•

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Estrategicamente, longe do povo, com segurança total.

Um país dentro de um país, um Vaticano brasileiro. O planalto central foi inaugurado e a corja foi passo a passo se reunindo em tramas cada vez mais macabras. A mudança da capital Federal do “Estado da Guanabara” deixou uma lacuna a ser preenchida.

E foi mal, muito mal.

Veio o governo de Carlos Lacerda. Mas, silenciosamente, o Brasil já vivia um caldeirão fervente. Vejam há quanto tempo o “Golpe” vinha sendo articulado minuciosamente. São fatos reais, não um romance político americano produzido em estúdios cinematográficos. Existia três mentes fantásticas em se tratando de inteligência direcionada: Carlos Lacerda, Golbery do Couto e Silva, Ernesto Geisel. Juntos, deram vida ao SNI, isto em sigilo absoluto. Vidas eram vasculhadas dia e noite. Mas faltava o principal;

“Uma rede jornalística, imprensa televisada, a impressa já tinha seus aliados e os contras, estes que foram sendo desarticulados um a um. Revistas como Fatos e fotos, O Cruzeiro eram top de linha, O cruzeiro era o estado nas páginas, duas medidas, um batia outro alisava, volta e meia o quadro era invertido, isso tudo para desnortear o povo. A TV Tupi foi alvo de perseguição incansável, era no Cassino da Urca, Flávio Cavalcante era o “Rei da Noite”, outro celebre admirador e amigo de Carlos Lacerda. Diziam as, mas línguas que era inimigos, mas, tudo era uma estratégia.

Brizola como sempre foi, soltava a língua e batia de frente com a farsa manipulada pela inteligência do SNI, este jogava as intrigas no ar e o povo acreditava e virava notícia. Nasceu a TV Globo. O meio de comunicação que o sistema necessitava para solidificar o golpe e ter sustentação. Mas, não seria somente notícias.

A lei da censura foi direcionada especialmente a imprensa. Esta veio solidificar a manipulação de informações.” Vamos apertar o governo dentro dos limites estipulados pelo mesmo”.

Um golpe de mestre. A insatisfação gerada começou a dar o resultado pretendido e ia além do previsto. O que faltava era um jornal impresso que se alinhasse ao idealismo pregado pela televisada, mais, caçar as bruxas e dar fim aos jornais opositores,

“Os jornalecos” como eram visto pelo poder oculto. E assim foi feito mais, Tribuna da Imprensa, O Jornal, Diário de Notícias, Correio da Manhã e outros que foram exterminados do meio jornalístico brasileiro.

Surge “O Globo, o maior jornal do país”. Uma linha americanóloga. Com isto, veio à invasão internacional de notícias extremamente filtradas para a consolidação da alienação institucionalizada. Perseguição nas faculdades, cachaça a preço insignificante, “Incentivada pela lei seca americana na época da depressão financeira do país”.

As famílias estavam aterrorizadas. Um país totalmente conservador em sua sociedade começa a conviver com uma libertinagem devastadora. Surge o conflito de gerações.

Os filhos com ideias comunistas, socialistas, Tchê, o mártir da América latina. O trabalho seria árduo, estava apenas começando e ia bem, muito bem.

Mas, existiam os intelectuais, artistas de cultura invejável, ilustres anônimos possuidores de inteligência privilegiada e visão política avançada. Estes teriam que ser detidos a qualquer custo, pois sabiam demais, tinham uma visão refinada.

Era uma pedra no sapato dos golpistas. Como dizia Carlos Drummond de Andrade:

“No caminho existe uma pedra, existe uma pedra no caminho”.

A bem da verdade de cada um, não era fácil controlar inteligências, porém, a comunicação nacional estava manipulada, infectada, rastreados e direcionada ao sucesso do golpe. Era o povo atuando contra o próprio povo. Meus amigos, alguns não foram importunados, tornaram-se delatores que conviviam no seu meio abastecendo o sistema com informações em troca de sucesso, dinheiro e segurança, até certo ponto, às vezes quase sempre, o tiro saía pela culatra. Os exilados as pressas para poderem sobreviver à perseguição, em sua maioria foram articuladores da mudança de sistema, do início do golpe, mas foram traídos, descobertos, ameaçados. Só restava o exílio. Fernando Gabeira sabe disto melhor do que ninguém.

A cada dia o sonho do socialismo tornava-se mais distante e impossível.

A guerrilha urbana era totalmente despreparada e delatada em cada movimento planejado. Foi uma lástima o numero de vítimas do sistema golpista. Mas, existem variáveis incondicionais.

As escolas começaram a ser modificadas. O sistema de ensino passou a não ensinar, mas sim ridicularizar a pauta solida dos princípios mais ou menos patriótico.

É muito complicado porque existiam duas metades da mesma laranja. Uma era doce à outra azeda demais. Mesmo assim fomos sobrevivendo. Governos militares repressivos, um a um fazendo seu papel. Há quem diga que foi um caos, mas foi principalmente porque era muito importante separar o trigo do ojo.

Até os dias atuais existem controvérsias.

Bruxo das Letras
Enviado por Bruxo das Letras em 18/12/2014
Reeditado em 18/12/2014
Código do texto: T5073647
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