A VERDADE E A MENTIRA!
Nossa política atual nos ensina paradigmas muito ruins. Um deles é que mentir não é feio! Vimos pessoas, que outrora, diríamos ilibadas, mentindo a olhos vistos em seus depoimentos e com tal convicção e com tal força de argumentos que passamos a duvidar de nossa capacidade de julgá-los. A negação e o silencio viraram armas na defesa da mentira. Vivemos um quadro atual triste. Mentir com consistência, virou senão tão importante quanto falar a verdade, pelo menos se transformou em algo justificado e bem aceito. Se você consegue um bom álibi, uma boa mentira ela passa a ser tão válida, quanto falar a própria verdade. Senão fores descoberto e a consistência da mentira for mantida, há uma grande chance da pessoa se safar das acusações. Os políticos e homens públicos atuais, tentam desmentir a teoria de Franz Kafka de que viver sem a verdade é impossível e que todo homem deve extraí-la do seu íntimo, caso contrário, cedo ou tarde arruinar-se-á. Pelo andar dos escândalos do passado e presente, parece que neste país, muitos tem conseguido, viver sem a verdade. Cabe, então, à justiça a missão de separar o joio do trigo, debaixo do cipoal de mentiras e desmentidos que se transformam as investigações. O ato do ministro da justiça, pego em flagrante, falando com os advogados que defendem as grandes empreiteiras no caso do Petrobrão, confirma minha tese. Como não pode negar o fato, ela tenta minimizá-lo como sendo normal, um ministro da justiça, falar com os advogados do réu. Ao invés de dizer a verdade, ele prefere nos contar uma boa mentira. De que tratariam estes senhores? O que eles têm em comum? Diante disto concluo que aonde a verdade não existe, todas as mentiras são aceitáveis. Onde todas as mentiras são aceitáveis, as mentiras também não existem.
Triste momento, este momento brasileiro!