Pelo fim da reeleição, também, no legislativo

A Câmara dos deputados acaba de aprovar o fim da reeleição para o executivo: prefeito, governador e presidente. Sim, podem até acabar com a reeleição para estes postos, mas acredito que a reeleição para o legislativo deveria, também, acabar.

Nosso congresso legisla sempre em causa própria, retira direitos de outros poderes e amplia os próprios, vejam que acabaram com a reeleição do executivo, mas não a deles próprios. Sabiam que os salários que nossos congressistas ganham e todos os outros penduricalhos são votados por eles mesmos? Sabiam que o presidente ganha menos que nossos parlamentares, ministros do STF e que a nossa PGR? Portanto o que sai mais caro em termos de gastos públicos não é o presidente, é o congresso, até em termos de corrupção e explico a razão.

Como já escrevi anteriormente, presidente no Brasil não manda, quem manda é o congresso. Todo plano de governo do presidente deve se tornar lei, ou seja, depende do legislativo para que sejam criadas as leis para que o plano de governo seja uma verdade. Dito isso, dá para perceber que empresas investem pesado em lobby, para comprar nossos parlamentares para que criem leis que as beneficiem, não importando o impacto disso para o povo, por esta razão, o fim do financiamento privado de campanha poderia reduzir drasticamente essa possibilidade, pois o patrão do político seria o povo e não os grandes empresários. Um pequeno exemplo de lei que pode ter sido comprada é a lei que, mais uma vez Eduardo Cunha, tenta emplacar: a lei que desobriga mostrar que um produto é transgênico. Outro exemplo é fazer do Brasil o primeiro país do mundo a aprovar o plantio do eucalipto transgênico, nenhum outro país atestou a segurança de seu plantio e preferiu não arriscar, existem outros N projetos perigosos que estão em nosso congresso é que não fazemos ideia.

A lei permitindo que nossos congressistas se reelejam ad eternum, permite que os esquemas lá se firmem também. Existem parlamentares com mais de vinte anos de estrada dentro do congresso, imaginem se eles forem corruptos, quantos esquemas amadureceram junto com eles? Em vinte anos se faz milhares de conchavos. E o presidente, que depende do congresso para governar, fica vendido. Ao chamar o sistema político brasileiro de presidencialismo, comete-se um erro crasso o nome correto deveria ser congressismo.