E o Voto Facultativo?

Não se viu nas redes sociais, ao que parece, muitos comentários a respeito. Mas “a Câmara recusou a proposta de acabar com a obrigatoriedade do voto nas eleições”. Ideia que estava no parecer do relator do DEM-RJ, tendo a favor o voto de 134 deputados e sendo rejeitada por 311.

O mais engraçado é que PT e PSDB se uniram para manter a rejeição ao voto facultativo, sob a pífia alegação de que “o Brasil ainda engatinha na sua democracia. Ainda precisa de presença maciça”, segundo o líder do PT na Câmara, Sibá Machado. Alegação que em outros tempos poderíamos esperar de qualquer partido, mas nunca do PT.

Na verdade – e eles sabem muito bem disso – o voto obrigatório representa a blindagem dos políticos. Isto porque, sendo o cidadão obrigado a eleger determinado político, muitas vezes ele elege qualquer um. Já que o número de votos nulos é sempre irrisório ou pequeno. Tendo o candidato apenas que se candidatar. Pois o voto nele é certo, dependendo, é claro, do seu investimento na própria candidatura, bem como nas candidaturas de políticos de seu partido.

E isso para quê? Para terem direito a vantagens de que não dispõe nenhuma categoria nos meios civil ou militar. Tais como casa, comida, roupa lavada, selos para correspondência, estrutura organizacional de fazer inveja a órgãos da administração civil (onde empregam parentes ou amigos que lhes são caros), carro particular e passagens de trens, aviões, etc. E ainda contar com a imunidade parlamentar para protegê-los de ilícitos que tenham cometido, inclusive de natureza criminal dolosa. Podendo eventualmente ser candidatos a cargos como os de conselheiro do Tribunal de Contas do Município, com vultosos salários que só vão perder quando perderem a vida, sem a menor condição moral para esse exercício.

É apenas por isso que o voto obrigatório é mantido. Embora abolido praticamente em todos os países que circundam o Brasil, assim como na Europa e na América do Norte. Isto é, praticamente em todo o mundo!

Mas que, não obstante, não mereceu o menor comentário nas chamadas redes sociais.

Rio, 15/06/2015

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 15/06/2015
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