A CPI CUJO RELATÓRIO FOI APROVADO SEM INDICIAR QUEM ASSALTOU A PETROBRAS

Assisti a leitura do RELATÓRIO de mais de 1000 páginas do deputado federal LUIS SÉRGIO (PT/RJ), bem como os debates, os depoimentos de convocados e convidados, nos oito meses do seu funcionamento.

O presidente, HUGO MOTTA (PMDB/PB), aparentava seriedade, do começo ao fim, mas quando respondeu à questão de ordem do deputado Antonio Imbassahy (PSDB/BA), que pediu informações quanto à votação dos RELATÓRIOS dos SUB-RELATORES, nomeados por consenso do plenário, deu o ponto da PIZZA: “Não serão considerados, caso o texto do RELATOR Luis Sérgio seja derrotado”. Com tal resposta do presidente, oito meses de trabalho de investigação, milhares de páginas de argumentos, dezenas de testemunhas ouvidas, viagens dos parlamentares ao Paraná e a Londres, além de milhões de reais do CONTRIBUÍNTE, gastos com a contratação de uma empresa de AUDITORIA que não terminou o trabalho alegando vazamento de informações do conteúdo das suas investigações, tudo isso, e mais um pouquinho que restava da credibilidade política da Câmara Federal foram para o esgoto.

O cinismo do Relator e a disposição do presidente casaram no objetivo de nada apurar, ninguém indiciar. É como se nada de mal houvesse ocorrido na PETROBRAS. E se alguma coisa ocorreu, a culpa exclusiva foi de alguns funcionários e alguns empreiteiros que formaram um ‘cartel’ e não uma ‘ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA’, como querem o Ministério Público Federal e a Justiça Federal, em diversas alusões contidas nos autos de processos que já indiciaram mais de uma centena de pessoas, algumas delas já condenadas a penas de até 16 anos de reclusão em 1ª Instância, outras que têm fofo privilegiado (deputados, senadores, ministros, etc), ‘denunciados’ ao STF - Supremo Tribunal Federal, além de alguns, cujos processos foram fatiados e desaforados para outras unidades da Federação, como é o caso da senadora Gleisi Hoffman, cujos autos foram para São Paulo.

Os senadores Renan Calheiros (PMDB), Humberto Costa e Delcídio do Amaram, ambos do PT, Fernando Collor (PTB), Benedito de Lyra (PP), serão julgados pelo STF, É bom lembrar que o deputado Artur de Lira (PP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (ora vejam) da Câmara, também é acusado de receber propina, em vias de ser denunciado ao STF. O próprio RELATOR – deputado Luis Sérgio é acusado de receber propina e caminha ao lado dos já citados parlamentares.

Alguns ministros do STF, a exemplo de Gilmar Mendes e Marco Aurélio de Mello, já disseram publicamente que os indivíduos, tanto os políticos quanto empresários e lobistas, doleiros, etc, formaram uma ‘ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA’ para colocarem em prática um PROJETO DE PODER, oriundo do PARTIDO DOS TRABALHADORES – PT, liderados pelo ex-presidente Lula e pela presidente Dilma.

As acusações contra tais políticos é de total conhecimento público e avoluma notas e comentários diários da imprensa e da mídia em geral, a cada dia mais assaltadas por matérias escandalosas, a ponto de presidir as conversas e bate-papos nos lares, nas esquinas e nos bares, nas filas de vários estabelecimentos (Lotéricas, supermercados, etc). Portanto o relatório do deputado LUIS SÉRGIO (PT/RJ) é simplesmente um deboche para com a opinião pública. Em seu malfadado relatório ele critica o Juiz Sérgio Moro, os procuradores do MPF e a Polícia Federal que levaram a OPERAÇÃO LAVA-JATO ao âmago dos desvios de cerca de 20 bilhões de reais da PETROBRAS, cujos desvios podem chegar a 60 bilhões, segundo alguns canais. A decisão do deputado Hugo Motta (PMDB/PB) para que se votasse a favor do tal relatório, é um fato de ‘QUEBRA DE DECORO PARLAMENTAR’ que deveria ser levado ao Conselho de Ética, atualmente manipulado pelo também acusado de receber propina – deputado Eduardo Consentino Cunha – presidente da Câmara dos Deputados. Hugo Motta disse que se o relatório de Luis Sérgio não fosse aprovado, os relatórios dos sub-relatores não seriam apreciados e a CPI terminaria sem qualquer relatório. É o máximo da incúria e falta de respeito para com o Brasil!

No Senado Federal, o presidente da Casa, senador Renan Calheiros deu prazo de 45 dias (sem que ela pedisse) à presidente Dilma Rousseff, para se defender das ‘pedaladas’ que o TCU – Tribunal de Contas da União argüiu em seu relatório para rejeitar, como rejeitou as Contas do Governo Dilma Rousseff por oito votos a zero, à unanimidade. Desta forma, Renan Calheiros posterga os exames e o relatório da Comissão de Orçamento para 2016, quando os senadores serão outros, oferecendo oxigênio para Dilma ganhar tempo. Os membros da Comissão de Orçamento protestaram, mas de nada adiantou.

A verdade, afinal prevaleceu. O Planalto, o Senado e a Câmara, fizeram um ACORDÃO para não punir nenhum dos integrantes da ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA, deputados e senadores, ministros e a própria presidente da República.

No início deste mês de outubro de 2015, escrevi três artigos, intitulados O GRANDE ACORDO I, II E III, com o subtítulo de ACORDÃO. Publiquei no meu blog – www.blogdebenedictis.blogspot.com, nos sites Recanto das Letras, O Melhor da Web, Opinião da Imprensa e no Facebook. Nestes artigos, vinha chamando a atenção de todos os leitores, baseado em fatos publicados pela imprensa e por informações de bastidores, de que seria assim. A CPI terminaria em pizza. Eduardo Cunha não despacharia os pedidos de Impeachment contra Dilma e agora, a novidade do senador Renan Calheiros de enviar, como de fato enviou para as ‘calendas’ o relatório do TCU, que acusa a presidente Dilma de deixar de pagar os programas governamentais que os bancos públicos pagaram e não receberam os valores até esta data, 24 de outubro de 2015, cerca de 40 bilhões de reais.

Vamos para o final do ano sem resolver tal imbróglio? Estamos a depender da indignação dos movimentos de rua que pararam e, com isso, dão margem ao governo Dilma de achar que tudo vai passar. A banda vai passar e só o Planalto não vê. É uma pena. Lastimável e perturbador. Não sabemos o que será dos assalariados, dos aposentados, dos programas educacionais, da saúde, dos remédios subsidiados, das contínuas greves que só ajudam ao governo em detrimento da população que não tem a quem apelar. É o caos.

Ricardo De Benedictis
Enviado por Ricardo De Benedictis em 25/10/2015
Reeditado em 09/11/2015
Código do texto: T5426492
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