UMA LIBERTAÇÃO DA AMÉRICA AO CONTRÁRIO

UMA LIBERTAÇÃO DA AMÉRICA AO CONTRÁRIO

FlávioMPinto

O sonho de Simon Bolívar era uma América do Sul, espanhola, diga-se de passagem, particularmente, unida e democrática, mas com países soberanos nas suas ações.

Livrar-se do domínio espanhol que sufocava tudo, era impositivo e necessário para o progresso das terras sulamericanas.

Fortemente influenciado por idéias de Rousseau, Hobbes e outros filósofos do Iluminismo, pelas revoluções francesa e americana, acreditava e propunha aos sul-americanos que não fossem mais quintal da casa dos espanhóis e europeus.

Proclamava uma união política e econômica para enfrentar o poderio dos colonizadores e fazer barganha com seus produtos.

Liderou os processos de emancipação da Venezuela, sua terra, Bolívia, Peru, Equador e Colômbia.

Desejava Simon Bolívar formar blocos de nações livres, democráticas e independentes do jugo espanhol, ou de quem quer que fosse. Nações que poderiam decidir seu destino sem dependência ou aval de outras.

O “ideal “ de Bolívar foi resgatado por Hugo Chávez e feito política nacional venezuelana sob a alcunha de Bolivarianismo, mas não seguiu o que aquele líder propusera , e sim seguiu uma doutrina alienígena na América do Sul. A própria nação venezuelana mudou seu nome para República Bolivariana da Venezuela , adotou o marxismo como regime político e passou a exportá-lo para outras terras. O modus operandi cubano da política levou o terror para dentro dos lares venezuelanos com a conivência dos políticos bolivarianos locais.

Com a aplicação do ideal marxista, a Venezuela passou de nação exportadora de petróleo e livre, a sofrer com a má gestão de sua economia, inflação, agora a mais alta do mundo, escassez de produtos fundamentais, com reflexos na economia gerando enorme controle por parte do Estado e censura e ações políticas nada democráticas , como prisões dos oposicionistas sem qualquer julgamento ou fato que o motivasse.

A Venezuela, hoje, dita Bolivariana, encontra-se na contramão do que Bolívar almejava. Mas na linha do que Chávez, seu catalizador do século XXI, acreditava e impunha a seu povo.

O Brasil não estava na mão dos espanhóis séculos atrás , pois era um Império subordinado inicialmente a Portugal e depois livre desse, mas com fortes rastros democráticos.Quando o Império do Brasil foi derrubado no séc XIX, um diplomata sul-americano assim se referiu-“... foi-se a última democracia da América do Sul”.

No entanto, no séc XX, o Brasil passou a subordinar-se ao Foro de São Paulo, criado por Lula e Fidel Castro, que impôs a doutrina bolivariana marxista aos poucos na vida nacional brasileira com resultados catastróficos.

E assim se encontram todos os países que abraçaram o bolivarianismo: Argentina, Bolívia, Brasil, Nicarágua, Uruguai, Equador. Chile, Paraguai e Colômbia já pularam fora do barco bolivariano procurando outras parcerias mais desenvolvimentistas e democráticas.

Urge uma libertação do jugo marxista sob as vestes de Simon Bolívar, pois este, com absoluta certeza, não desejava e reprovaria, o que os atuais governantes dos países seguidores do bolivarianismo de Chávez, estão fazendo.

O que se deseja é uma maior exposição dos países aos ideais do Iluminismo e aos princípios das revoluções francesa e americana, que levaram a essas terras os ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, juntamente com o progresso, aspectos inexistentes, hoje, nos países bolivarianos.