O BRASILEIRO, O CARNAVAL, OS MUTIRÕES, O ABISMO ZIKADO e...

...as vitrines políticas: as dos reis das sucatas.

Eu, na qualidade de brasileira, muito respeitosamente, aqui estou na intenção de tecer algumas considerações sobre o nosso todo, em especial o todo sanitário: O mosquito Aedes Aegypti, o Zika vírus, todas as formas de Dengue e a tímida Chikungunya, só para ser moderna e focar a atualidade que pontua na imprensa e nas nossas dores mais recentes.

As tais doenças são apenas um “tomozinho” de todas as inúmeras doenças que nos atacam com agudez cronificada e que ninguém vos conta.

Rodando: Façamos um “up grade” do pensamento e reestartemos nosso entendimento, tudo bem urgentemente, se tal ainda nos for possível.

Pelo amor de Deus: Desentorpece Brasil! Estamos a beira do abismo, mesmo!

E a palavra “abismo” me surgiu, assim, perplexamente, exatamente quando, pela tela duma televisão fechada, a chamada nos dizia que a imprensa internacional, após o Carnaval, relatou em manchete que “nós brasileiros gostamos de dançar a frente do abismo”.

Ok, não estão mentindo, é verdade, infelizmente.

Eu também sinto como eles.

Ontem todo mundo viu: a convocação MILITAR para fazer panfletagem nas ruas do país contra o Mosquito Aedes Aegypti , ok, todos uniformizados, políticos mostrando suas belas faces, o outro lado mais feio ninguém mostra, é preciso que a PF e MP vão atrás.

Ok, esse não é o meu assunto, embora seja ele a base de tudo que acontece de trágico no Brasil.

Cadê os especialistas em VIGILÂNCIA SANITÁRIA DE TODO O PAÍS?

De que nos serviu o programa MAIS MÉDICOS?

Cadê o trabalho infraestrutural do MINISTÉRIO DAS CIDADES?

Na minha modesta opinião, a de quem trabalha com saúde pública só há trinta e três anos, saibam os que me lêem, morremos nas praias dos micos zikados.

Sabem do que vai adiantar chamarem as forças armadas, fazerem panfletagem pelo país, rodar as comunidades em pose para os flashes salvadores da Pátrias à beira dos abismo, vestir camisetas tipo ABADÁS (nosso carnaval circense é perene!) com o Aedes exterminado estampado no peito dos paralisados gigantes da política, esses que sairão na capa da revista da posteridade zykada, enfim, sabem o que vai adiantar o tudo? Absolutamente nada!

Salvo se o mosquito se assustou com o que viu e sumiu daqui para nunca mais!

Simplesmente porque ontem tapamos o “sol com as peneiras furadas”, inclusive peneiras de buracos largos ultrapassáveis pelo voo do acrobata impecável, o dos mosquitos...que riem de todos nós e de toda nossa ineficiência humana atual.

Sob as tendas, o Aedes o malabarista mor, zombando da não capacitação para o tudo que não soubemos cuidar.

E os discursos soberbos continuam falsamente doutos...

O que alimenta nossos mosquitos são as cinzas sociais de todos nossos carnavais ineficientes!

As declarações oficiais dadas após o recente Carnaval, esse que ainda não passou, o dos mais famosos do planeta, foram lamentáveis.

Dois dias após a festa, um gestor das cidades das maravilhas, disse que o mundo todo estava aqui, que o Zika e a Dengue estão focados com o exagero pela mídia e que ninguém ficou doente depois da festa que recebeu turistas do mundo todo.

E ainda constatou e confirmou uma nova evidência científica: que o Aedes, justo um “mosquito já olímpico”, não se multiplicará na época de Olimpíadas, a nos mostrar duas evidências notórias: ou o gestor não sabe do que fala porque está muito mal assessorado em saúde pública, ou ele está zombando da saúde das pessoas sem o menor pudor.

E ainda, na cara dura da reportagem, se lamentava a falta de cobertura, para os atletas olímpicos interancionais, no recém construído ginásio para esportes aquáticos, que custou ao erário vinte e um milhões de reais...saídos da miséria social do povo brasileiro assolado pela corrupção sobre sua força de TRABALHO.

Levanta as tendas dos “hospitais de campanha”, Brasil!

Saneia a ignorância! Nossa situação sanitária é de guerra, isso sim!

Para terminar, só umas perguntinhas:

Quanto custou ao país empobrecido por corrupção financiar o todo espetaculoso que vimos ontem?

Aonde vão jogar todos os panfletos que foram distribuídos? Nos lixos a céu aberto sobre vias viárias urbanas para entupir os bueiros e alimentar larvas de Aedes e a ganãncia dos ratos?

Quanto nos custou fazer camisetas zikadas para o imenso “bloco da insensatez", o que desfilou pelas comunidades em plena quaresma, BEM no início ECUMÊNICO DA CAMPANHA DA FRATERNIDADE?”

Fraternidade é cuidar do povo NA BASE.

Não pelos telhados de vidro que quebram na primeira pedrinha desavisada, inclusive as da Justiça, que investiga o todo nosso surreal avassalador a nos deixar perplexos.

Sinceramente? Estou tristemente boquiaberta!Desesperançada!

Nenhum médico de qualquer país do mundo consegue trabalhar SAÚDE PÚBLICA pela definição da OMS, por aqui...esqueçam, nossos buracos são mais embaixo, bem além do fundo do poço.

Esqueçam os MAIS MÉDICOS: eles se assustaram com o que viram por aqui...eu ouvi.

Muitos desistiram de nós e voltaram ao seu país de origem.

Sabem por quê? Porque não dá para se "brincar de médico" , muito menos "brincar de SUS" ENGANANDO A SAÚDE DUM PAÍS INTEIRO....

Agora, tentam nitidamente desviar a atenção dum povo teleguiado por todas as fomes e pela anestesia dos demais sentidos, e sobre nós, sapateiam uma mídia política que se vale da maior tragédia sanitária, emblemática, que o Brasil já enfrentou: uma geração plantada de microcefálicos que sequer entenderão o que é morrer aplaudindo seus algozes.

Aqui pensei e manifestei meu sentimento, fazendo uso do meu direito Constitucional de cidadão e de profissional.

Sempre com todo o respeito que nem todos os “autores e atores” da vida merecem por parte dos quem "dizem" representar..

Ainda que nos tirem o direito de pensar...ninguém conseguirá amputar as consquências das dores insanáveis que já berram entre nós.

Estão ouvindo? Tirem os protetores auriculares, senhores políticos, que nos ouvirão melhor! Isso se entenderem de interpretação de vida nua...e crua!

Que Deus nos estenda suas mãos salvadoras das barbáries políticas disseminadas aqui e dentre os demais Homens deste “planetinha” perdidamente surreal.

Fui...matar mosquitos, conforme aprendi ontem.

“Manda quem pode e obedece quem tem juízo”.

Até que as medíocres coroas oxidem e tombem em praça pública para o bem de toda Humanidade...