OLHANDO PARA O FUTURO

Hoje, e não importa a classe social a qual você pertença, existe um consenso. O Brasil vive sua maior crise desde a volta da democracia. Então surgem duas perguntas: Foi a crise política que desembocou na crise econômica? Ou o inverso? Diante das respostas, sabemos que o consenso fica distante.

Um fato me preocupa. Todos estão olhando para o presente. Não existem visionários que enxerguem o futuro do país. Deveríamos pensar num Brasil para nossos filhos e netos. O legado atual é de dar vergonha e nenhuma esperança.

Acredito que foi a crise política que levou a nossa economia para um beco sem saída. Pior é olhar para a política perceber que também não temos nenhuma saída.

Esperar que uma reforma política seja desencadeada por deputados e senadores, donos de enormes privilégios, seria um milagre. O Brasil deles é financiado com o nosso dinheiro. Lá ele sempre está sobrando. Onde o dinheiro sobra, tudo é bacanal.

Também existe a visão simplista de que o impeachment resolverá todos os problemas. Basta uma simples olhada na linha sucessória, para perceber os perigos e as incógnitas do nosso futuro.

Começando pela presidente Dilma. Tenho a convicção de que, se o criador pudesse destituir sua criatura, ele o faria sem o pudor de estar sendo “honesto” ou não. Se a presidente quiser permanecer no cargo, deve esquecer a oposição, e começar a se preocupar com seu próprio partido.

Sem Dilma, teríamos três figuras do PMDB. Um partido que mais parece constituído por vampiros. Sugam e gostam de viver nas sombras. Desde a redemocratização o PMDB não teve coragem para descer do muro, e dizer com todas as letras a que veio.

Que futuro poderíamos esperar para o Brasil, com Michel Temer sucedendo a presidente Dilma pelos próximos dois anos. Ele não consegue ser o cacique nem da maioria do PMDB. Talvez, criasse um novo método de governar escrevendo cartas.

Se Michel Temer descobrisse que o Brasil é grande demais para seu caminhão, e na verdade é, viriam Eduardo Cunha, e Renan Calheiros. Com uma linha sucessória dessa “estirpe”, seria possível deixar a crise política para trás. A resposta é não.

Se, de repente, bate alguma esperança para 2018, diante dos nomes ela acaba indo embora rapidinho. Que futuro o Brasil teria governado por pessoas como Lula, Geraldo Alckmin, Aécio Neves, José Serra, ou Marina Silva, que diante da crise preferiu hibernar. Nenhum deles consegue olhar para além do seu próprio umbigo. E o futuro do Brasil não está ali.