Dilma e Moro

A presidenta Dilma tem afirmado ultimamente que o juiz Sérgio Moro não tinha o direito de grampear um presidente da República.

Realmente, Moro não poderia ter grampeado nenhum dos telefones de uso dela. Acontece, porém, que foi ela quem ligou para um telefone grampeado.

Ele grampeou o telefone de um suspeito (isso ele poderia fazer). Se ela ligou para um suposto criminoso, o problema é dela, não dele.

Pior, ela ameaçou veladamente um juiz federal de prisão. Disse, com todas as letras em alto e bom som - aliás, inflamadamente, que faria tudo que estivesse ao seu alcance para ele pagar pelo que fez.

E o que foi que ele fez? Mostrou ao povo brasileiro o que realmente acontece nos bastidores do Poder. E o que ela conseguiu com isso? Mexeu com o brio de toda uma classe. A classe dos delegados da Polícia Federal.

O corporativismo se fez presente imediatamente. As declarações sucessivas de apoio ao juiz Moro pipocaram pelo País todo.

Os profissionais sérios, e de bem, se sentiram atingidos na sua honra, ameaçados na sua autonomia constitucional e responderam à altura uma presidenta que não parece, agora, à altura do seu cargo.

Preferiu descer aos níveis de uma pistoleira raptora de cônsul a manter a postura ideal de uma chefe de nação.

Lourenço Oliveira
Enviado por Lourenço Oliveira em 19/03/2016
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