PT, PSDB E A TESOURA DE LÊNIN

Os EUA têm, na prática, apenas 2 partidos disputando o cenário político. No Brasil, são mais de 30. Em qual país há mais democracia? Ou, melhor, em qual país o cidadão possui mais opções de voto?

Engana-se quem responde “Brasil”. Embora haja por aqui muitos partidos, em termos de programa e direcionamento ideológico não existe mais que uma opção para quem vota: a Esquerda. Mais moderada, mais progressista, mais radical, mas sempre Esquerda. Não há um único partido que, de modo objetivo, advogue as causas da Direita, estejam elas ligadas ao conservadorismo ou ao liberalismo econômico.

Nos EUA, por outro lado, apesar de haver apenas 2 partidos, nota-se uma distinção muito bem delineada entre aquele que representa a Direita (Partido Republicano) e aquele que representa a Esquerda (Partido Democrata).

Na verdade, o que se verifica no Brasil vai ao encontro da chamada “Estratégia da Tesoura”, como preconizada por Lênin. Trata-se de um ardil estratégico que busca consolidar a hegemonia esquerdista por meio da limitação do campo de opções ideológicas que se afiguram ao cidadão votante. Desse modo, mantém-se uma falsa aparência democrática apesar de todo o cenário já estar dominado por uma única corrente política. É por isso que por aqui há mais de 30 partidos políticos, mas ao mesmo tempo não há nenhum que esteja firmemente ligado à doutrina político-ideológica da Direita. Cumpre lembrar que, para o bom funcionamento de uma Democracia, é essencial que haja o equilíbrio e a saudável concorrência entre Esquerda e Direita. No Brasil, como se vê, isso inexiste.

Ainda sobre a referida estratégia leninista, pode-se corroborar o quão exitosa ela se mostrou entre nós pela simples constatação de que a Democracia brasileira, hoje, se vê polarizada exatamente entre dois partidos ligados à Esquerda, um mais moderado (PSDB), outro mais radical (PT). E no meio dessas duas lâminas da mesma tesoura está, obviamente, o pescoço do cidadão votante.

P.S. Excluam-se da análise o Partido Novo, que promete defender a causa do liberalismo econômico mas que ainda não participou de nenhuma eleição, e o DEM, que pretende representar a Direita mas hoje tem pouca visibilidade e reduzido poder de ação.

Glauco Paludo Gazoni
Enviado por Glauco Paludo Gazoni em 08/04/2016
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