SUBDESENVOLVIDOS E DESENVOLVIDOS : Isso existe?

Historicamente muitos países já foram classificados de diferentes formas por diferentes agentes econômicos, civis, políticos e militares. Contudo, os critérios para basear algo tão sério e genérico devem ser variados e ao mesmo tempo específicos.

Eles precisam ser conjuntamente levados em consideração para evitar distorções grosseiras que possam fomentar análises superficiais e conclusões sem sentido. Além disso, eles carecem de um relativo bom senso. E de uma maneira um tanto quanto subjetiva devem ser amplamente aceitos por pessoas que tenham nacionalidades, idades, sexos, religiões, formações, ideologias políticas e origens socioeconômicas diferentes.

Dentro dessa linha de pensamento, eles também podem ser agrupados em períodos de tempo diferentes e em áreas distintas, tais como a econômica, a social, a tecnológica e a militar. De acordo com a disposição, a capacidade analítica e o ponto de vista de cada indivíduo.

Para começar, o ideal para qualquer nação seria que a riqueza expressa através do controle de grandes reservas de petróleo, do Produto Interno Bruto, da renda média da população, do número de novas patentes registradas anualmente, bem como da produção e uso intensivo da T.I nos setores da agricultura, indústria e serviços apresentasse um nível alto (superior à média de todas as nações do planeta).

Isso sem falar na necessidade de uma alta produção agrícola, de uma infraestrutura bem construída e mantida (portos, aeroportos, estradas, saneamento básico, escolas, hospitais e etc...), da geração de energia limpa e renovável, de uma grande quantidade de façanhas esportivas (individuais e coletivas), de um bom volume de investimentos da iniciativa privada e de um alto número de Prêmios Nobel conquistados.

Por outro lado, as taxas anuais de inflação, juros, desemprego, natalidade, analfabetismo, corrupção, poluição do ar e da água, desmatamento, evasão escolar e de homicídios cometidos precisariam ser pequenas. Bem como o número de restrições e barreiras alfandegárias, de servidores públicos, da população carcerária e dos cidadãos mortos no trânsito (sempre igual ou menor que à média de todos os países).

É óbvio que tudo isso precisaria acontecer em um ambiente estável (econômica e militarmente falando) por no mínimo 50 anos. E com uma moeda valorizada, órgãos de imprensa livres, tribunais de justiça independentes e meios de comunicação e transporte acessíveis e seguros. Além é claro, da existência de um governo eleito democraticamente, que por convicção continuasse assegurando a realização freqüente de eleições em todos os níveis, sem nenhuma exceção, discriminação, fraude ou interferência de qualquer natureza.

Assim, tentando estabelecer um raciocínio objetivo ao pesar na balança todas às circunstâncias, e caminhando para longe das discussões mais polêmicas (genéticas, filosóficas, sociológicas e antropológicas), parece claro que as nações foram, são e continuarão sendo percebidas como muito diferentes entre si, merecendo as mais diferentes classificações dos mais variados agentes existentes, dependendo de seus interesses.

Além disso, parece que os países classificados atualmente como “Subdesenvolvidos” e “Emergentes” ainda estão longe de se tornarem membros do elitizado “Clube dos Desenvolvidos” ou então da reservada “Ala das Potências”. Necessitando para tanto, percorrer um longo e penoso caminho se desejarem realmente atingir essa meta, tomando como base os critérios acima descritos.

Por analogia, nações como Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul possuem boas intenções quanto a isso. No entanto, convivem com um grande gap em diversas áreas, nas quais demonstram patinar no momento de realizar ações concretas que possam alterar de fato (e para sempre?) seu “Status quo”.

Talvez o mesmo se possa dizer de nações como Portugal, Chile, Argentina, México, Indonésia, Turquia, Grécia, Espanha e os países da extinta “Cortina de Ferro”, entre tantos outros menos favorecidos. Mas com certeza, por motivos que são próprios e peculiares, naturalmente diferentes para cada um deles.

Curiosamente são os seus cidadãos que contribuem para o grande aumento das pressões migratórias da atualidade, mirando em alvos que se tornaram um “objeto de consumo” pela qualidade de vida e pelas oportunidades de enriquecimento que supostamente têm a oferecer.

Todos empreendendo uma busca incessante pela chance de obter melhores condições de vida em nações vistas como verdadeiros “paraísos terrenos” (Estados Unidos, Alemanha, França, Japão, Coréia do Sul, Itália, Inglaterra, Canadá, Suécia, Dinamarca, Noruega, Holanda, Suíça, Finlândia, Austrália e Nova Zelândia). Lugares que continuam atraindo gente de todos os tipos e recantos do mundo, e na grande maioria das vezes, sem querer.

Isso continua a ocorrer, mesmo quando muitos governos conservadores espalham aos quatro ventos que preferiam ser deixados em paz, tornando claro o intuito de preservar tudo de bom que conquistaram ao longo dos últimos séculos. Algo que não parece ser muito fácil de ser realizado para quem já chegou lá.

Por fim, essa é uma situação da qual uma grande massa de excluídos deseja ansiosamente compartilhar. Ainda que já não seja mais tão bem-vinda assim, como "catolicamente" seria de se esperar. Um paradoxo incrível que demonstra ao mundo que as pessoas comuns também possuem lá seus critérios e sabem, como ninguém, classificar as nações e seus avanços. Mesmo que alguns mais entendidos não concordem nenhum pouco com isso.

Mello Cunha
Enviado por Mello Cunha em 12/08/2016
Reeditado em 20/08/2016
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