A CARTA DE DILMA

Num artigo de Ricardo Noblat, publicado no jornal O Globo falando sobre a presidente Dilma, o título é “Uma estrela que se apaga”. Chego à conclusão de que Noblat nunca olhou para o sol. Mesmo que Dilma tentasse ser uma estrela, jamais conseguiria se acender. Brilhar então...

Até a sua carta enviada aos senadores, e supostamente aos “brasileiros”, é completamente sem brilho. Em PDF, são quatro páginas de pura utopia. Quase um descaramento. Ela própria, se estivesse na oposição, não acreditaria em nada do que se lê ali.

Dilma parece não perceber o crime que cometeu. Mesmo que pudesse ser inocentada do que a acusam, a presidente perdeu todo o apoio político. Sua base aliada decidiu abandoná-la. Começando pelo grande parceiro e hoje “traidor” PMDB. Chegando neste ponto, o mínimo motivo serviria para tirá-la do poder. Com Collor de Mello foi assim.

A presidente continua se dizer inocente, e que o impeachment é um golpe. Reconhece os erros depois de ouvir a voz das ruas. Pelo conteúdo da carta, se realmente Dilma ouviu as críticas das ruas ao seu governo, não deu ouvidos a nenhuma delas.

A carta repete situações de presidentes anteriores, que também estiveram contra a parede. Quando isto acontece, a primeira saída é propor o famoso “pacto social”, que passada a crise é esquecido.

Numa tentativa desesperada de voltar ao poder Dilma acena para a realização de um plesbicito por antecipação das eleições de 2018. Neste ponto fica claro que Dilma perdeu o “bonde da história”, e ainda não se deu conta do ocorrido. Ela teve a chance de convocá-lo, quando a ainda estava no poder, e a Constituição permitia.

Não sei se Dilma continua enganando a si mesma, ou o objetivo é continuar enganando o país, quando diz ser “fundamental a continuidade da luta contra a corrupção. Este é um compromisso inegociável”. Uau! Que frase impactante! Infelizmente é impossível até fingir acreditar. A corrupção é o carrapato dos petistas. Além disso, contagioso.

Dilma diz também: “Tenho orgulho de ser a primeira mulher eleita “presidenta” do Brasil. Sabemos que “orgulho” tem dois pesos e duas medidas. Nos seus momentos de lucidez, Dilma sabe que sua arrogância desempenhou papel fundamental na sua queda.

É claro que na carta não poderia faltar resquícios da “guerrilheira heroína” contra a ditadura: Resisti ao cárcere e à tortura”. É fato. Dilma nunca foi uma estrela. Ela apenas orbita um asteroide nefasto que atingiu o Brasil. O crime nem sempre está na criatura. Às vezes, e neste caso com certeza, o crime maior é do seu criador.