NO DICIONÁRIO DA VIDA, DE OLHO VIVO NOS CANDIDATOS!

Então:

Uma das atividades mais difíceis nos dias de hoje é tomar posição.

É perigoso tomar posição porque toda posição gera um conjunto de ações reacionárias e imprevisíveis do meio, principalmente num meio altamente conectado em ideias distintas.

Nós, seres sociáveis, sempre temos interesses pessoais em jogo e a mais difícil maneira de tomar posição é aquela que, a despeito das nossas saias justas na vida, as que nos colocam em xeque,TAMBÉM nos coloca no lugar do outro, sem que abramos mão da coerente ação com as nossas convicções MAIS ÍNTIMAS.

Portanto,tomar posição, além dum ato de coragem, é o ato MAIS FIDEDIGNO de revelação do caráter, bem como de SEUS VÍCIOS.

Segundo o dicionário Houaiss, o caráter é definido como "o conjunto de traços psicológicos e/ou morais que caracterizam um indivíduo ou um grupo".

Como moral é algo mais cultural, muito mutável no tempo e no espaço, talvez caráter se conceitue melhor como "qualidade de se ser", ou seja, , na formatação do comportamento individual dentro dos preceitos éticos atemporais que norteiam a esfera da ação humanística.

Vício de caráter é o conjunto de disfunções do comportamento individual que danifica o outro e que pode gerar sérios danos ao meio.

A meu ver, política é o "cenário espelho" mais preciso para a identificação do caráter e dos seus vícios que lesam pessoas e sua coletividade...valendo-se das falácias aos quatro ventos.

O vício de caráter é aquele que faz com que um indíviduo em qualquer situação, mesmo nas mais bizarras, acenda uma vela para dois senhores com o único objetivo de velar-se a si mesmo.

E há um dito popular ( e a voz do povo provado está ser a voz de Deus) que exemplifica muito bem o destino dos sem caráter: "cachorro que tem dois donos...morre de fome", aqui, em nenhum momento desrespeitando a raça canina.

Eu apenas me refiro à raça puramente humana na subespécie desumana...variante sem caráter.

Época de eleições, época em que o Brasil urge por reformatações dos conceitos para se bem votar.

Não votemos em vícios, votemos em candidatos que possam nos agregar verdadeira qualidade de vida coletiva (se é que tal ainda existe, torço para que sim!).

Sejamos plural no voto, jamais unicamente egoístas e singulares ao nosso bem estar, aos nosso interesses, poeto que ninguém é feliz sozinho mas está mais que provado o quanto é fácil se ser infeliz democraticamente...juntos.

Não votemos em gente que grita pela democracia com a ditadura nas mãos, nos que gritam pela ordem Constitucional com as fraudes Constitucionais nas cartolas, nos que gritam pelo trabalho gerando desemprego, ócio e bagunça sociais, nos que gritam pela ecologia desmatando florestas e inundando vidas com montanhas de rejeitos de lama fétida, nos que gritam pela honestidade e militam na bandidagem, nos que gritam pela educação e fazem gerações de néscios porque são néscios, nos que gritam pelos pobres mas industrializam a miséria, nos que gritam pela justiça mas promovem injustiças institucionalizadas, não votemos nos que gritam por direitos sociais e tiram tudo do povo.

Votemos no caráter, no bom caráter, na ética como caráter principal do ser humano candidato a gritar por vidas iguais.

Isso existe? Votar nisso, como?

Meu pai, se vivesse nesse surreal, me diria que tal é tão raro quanto "mosca albina".

Eu digo que é observando o comportamento dos homens públicos.

Não votemos no escuro. Se assim for...é melhor não votar em ninguém.

E não votar é jogar nossa voz no lixo da inépcia social democrática.

Votar é Direito conquistado às duras penas...

E saibam: o que nos falta para tal, mais que AMOR PELO TODO e interpretação de texto, INCLUSIVE O CONSTITUCIONAL, é a EDUCAÇÃO que abre os horizontes DOS OLHOS.

Com educação se enxerga melhor e que belo enxergar de triste horizonte, às vezes.

Com educação se lê até o que não está escrito...

Educação ALFABETIZA A ALMA.

Se vota melhor até dentro da tragédia, se vive melhor mesmo nas dificuldades.

E como é perigoso posicionar o olhar hoje em dia, não?

Termino concluindo que só num país sem interpretação de texto aconteceria o que nos aconteceu lá no Senado de dias atrás: a Constituição desrespeitada em praça pública, sem nenhum constrangimento do vício do caráter INTERPRETATIVO, a triste cena que protagonizamos ao mundo, o nosso texto Constitucional rasgado na sua "desinterpretação" acintosa, fatiado ao bel prazer de interesses de poucos em detrimento duma sociedade inteira lesada no Direito de voz, a tristeza incabida da lei fatiada na pizza sabor "ora, o povo!" posto que, na verdade, contavam com a nossa dificuldade dos tempos atuais, a que sequer alfabetiza cidadãos para que minimamente interpretem o texto do seu destino furtado, de futuro tão pobre, esse que nos espera pelas nossas idas vidas bem como nas das futuras gerações que batem às nossas portas desmanteladas na ética.

Em tempo: Num brinde aos RAROS homens de caráter- tim tim!-, aqui em nome do " mais amor...por favor".

E chega de dor.