UMA ESPINHA DE BACALHAU ATRAVESSADA NA GARGANTA DO BRASIL

Reconhecemos todos que o Brasil precisa reorganizar as suas contas públicas – nossa situação é catastrófica, e pouco a pouco a população vai tomando consciência disto. Então, de certa forma, é algo de esperado as ações que deverão ser implementadas para superarmos esta situação. Ações duras, infelizmente. Daí a palavra CHOQUE para o tratamento.

O Governo Temer tem como primeira e principal tarefa encaminhar ao Congresso as medidas que considera adequadas para resolver a questão.

O grande problema está na queda de braços para saber quem pagará a conta. Na medida em que os sacrifícios sejam distribuídos proporcionalmente entre os diversos segmentos afetados, cria-se uma sensação de justiça que torna o choque – ainda que doloroso, palatável , ou seja mais fácil de engolir. Acontece que as coisas não estão previstas assim. O setor financeiro está com seus “direitos” assegurados. Ir contra o setor financeiro quando se depende dele para alavancar novas despesas é uma evidente incongruência. Mas de outro lado, carrear para o setor financeiro tudo o que se exigiu de sacrifício em nome do equilíbrio fiscal é uma perversão. Algo que soa assim: tirou dos pobres para dar aos ricos. Uma espinha de bacalhau atravessada na garganta.

Acho difícil prevalecer uma política que soa assim. Para se ter uma ideia como a situação é escandalosa basta sabermos que para eliminar o déficit teríamos que fazer um corte de despesas da ordem de 170 bilhões de Reais, o que é impossível, porque o País pararia; mas sem dúvida, uma enorme contenção de despesas será feita. Pois bem, só de juros da dívida interna, serão gastos algo em torno de 277 bilhões. Uma espinha de bacalhau atravessada na garganta do Brasil.

Reconhecemos todos que o Brasil precisa reorganizar as suas contas públicas – nossa situação é catastrófica, e pouco a pouco a população vai tomando consciência disto. Então, de certa forma, é algo de esperado as ações que deverão ser implementadas para superarmos esta situação. Ações duras, infelizmente. Daí a palavra CHOQUE para o tratamento.

O Governo Temer tem como primeira e principal tarefa encaminhar ao Congresso as medidas que considera adequadas para resolver a questão.

O grande problema está na queda de braços para saber quem pagará a conta. Na medida em que os sacrifícios sejam distribuídos proporcionalmente entre os diversos segmentos afetados, cria-se uma sensação de justiça, que torna o choque – ainda que doloroso, palatável , ou seja mais fácil de engolir. Acontece que as coisas não estão previstas assim. O setor financeiro está com seus “direitos” assegurados. Ir contra o setor financeiro quando se depende dele para alavancar novas despesas é uma evidente incongruência. Mas de outro lado, carrear para o setor financeiro tudo o que se exigiu de sacrifício em nome do equilíbrio fiscal é uma perversão. Algo que soa assim: tirou dos pobres para dar aos ricos. Uma espinha de bacalhau atravessada na garganta.

Acho difícil prevalecer uma política que soa assim. Para se ter uma idéia como a situação é escandalosa basta sabermos que para eliminar o déficit teríamos que fazer um corte de despesas da ordem de 170 bilhões de Reais, o que é impossível, porque o País pararia; mas sem dúvida, uma enorme contenção de despesas será feita. Pois bem, só de juros da dívida interna, serão gastos algo em torno de 277 bilhões. Isto quer dizer que todo o esforço de economia fiscal será neutralizado pelo pagamento dos juros da dívida. Não dá para engolir.

Quando um devedor privado vai ao Banco negociar a sua dívida, o que se propõe? Um reescalonamento. No caso do Estado, que tem mais força e que é o principal tomador de recursos, é válido considerar-se contrapropostas em diversos níveis, de modo também recaia sobre o setor as perdas que estão sendo impostas ao resto da sociedade. São negociações complexas, mas possíveis. Têm o seu preço, naturalmente. Não será a primeira vez que isto acontece. E com isto se restabelece um sentimento de justiça que sedimentará o caminho para a recuperação. Fora isto, fica muito difícil . Quando o povo tiver plena consciência do que está acontecendo reagirá nas ruas. Não creio que este governo resista a um forte movimento de massas.

Espero que os governantes tenham a sensibilidade para entender que este problema tem que ser bem encaminhado e resolvido, e não jogado para baixo do tapete, como até agora tem ocorrido. Senão for assim, perderá a pouca credibilidade que tem e acabará sem sustentação política. Não duvidem.

A grande dificuldade é que o Capital Financeiro tem muito poder dentro do Governo. O próprio Ministro da Fazenda, vem do setor. Isto pode ser uma força, ou uma fraqueza. Depende da representatividade do Governo. Uma coisa é certa: se quiser enfrentar o problema o Governo adquirirá maior representatividade e força. Se não o fizer, será visto como títere do capital financeiro.

Quando um devedor privado vai ao Banco negociar a sua dívida, o que se propõe? Um reescalonamento. No caso do Estado, que tem mais força e que é o principal tomador de recursos, é válido considerar-se contrapropostas em diversos níveis, de modo também recaia sobre o setor as perdas que estão sendo impostas ao resto da sociedade. São negociações complexas, mas possíveis. Têm o seu preço, naturalmente. Não será a primeira vez que isto acontece. E com isto se restabelece um sentimento de justiça que sedimentará o caminho para a recuperação. Fora isto, fica muito difícil . Quando o povo tiver plena consciência do que está acontecendo reagirá nas ruas. Não creio que este governo resista a um forte movimento de massas.

Espero que os governantes tenham a sensibilidade para entender que este problema tem que ser bem encaminhado e resolvido, e não jogado para baixo do tapete, como até agora tem ocorrido. Senão for assim, perderá apouca credibilidade que tem e acabará sem sustentação política. Não duvidem.

A grande dificuldade é que o Capital Financeiro tem muito poder dentro do Governo. O próprio Ministro da Fazenda, vem do setor. Isto pode ser uma força, ou uma fraqueza. Depende da representatividade do Governo. Uma cosa é certa: se quiser enfrentar o problema o Governo adquirirá maior representatividade e força. Se não o fizer, será visto como títere do capital financeiro.

O Brasil mudou. Acreditem nisto. O povo não será um mero espectador nesta situação vergonhosa. Se não levarem em conta algo de tão escabroso, preparem-se para tempos tempestuosos, cujo ônus serão muito maiores do que sentar-se com os credores e procurarem uma saída.

Joao Milva
Enviado por Joao Milva em 06/09/2016
Código do texto: T5752039
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