O QUE DISSERAM AS ELEIÇÕES DE SP?

Fiquei surpreso com a vitória do João Dória, já no primeiro turno. Esperava sim a vitória dele, mas não desta forma acachapante.

O que disseram as urnas aqui em SP?

A meu ver, o voto paulistano, foi um voto de protesto. Não necessariamente protesto contra o Haddad ou outros candidatos somente, mas contras às práticas políticas vigentes, que tem atualmente, o PT como seu principal protagonista.

A administração do Haddad também foi julgada e seus feitos não foram suficientes para segurar a onda de mudanças que está no ar. Ademais eles fez coisas impublicáveis e pouco republicanas que causou asco na população ao inundar a cidade de arapucas eletrônicas e dobrar o valor das multas cuja arrecadação passaram de R$1.1 Bilhão de reais, infernizando a vida de milhões de paulistanos.

Por outro lado, confirma-se o desgaste do PT! Ele é notório e assombroso. O partido é sem dúvida, o grande perdedor. Foi esmagado politicamente nesta eleição!

O recado foi claro! A defesa das políticas sociais, a demonização da direita com base na ideia de que não governam para os pobres, a ideia de que pessoas com posses não devem ocupar cargos públicos por usarem o estado a favor dos grupos econômicos e que desfavorecem os pobres, não cola mais. Os parâmetros de avaliação mudaram. O critério de escolha é outro. Sai o viés político, entra o viés da competência! A cara limpa, passado limpo, sinais de capacidade na gestão, responsabilidade administrativa e não só responsabilidade social, respeito à ética, experiência administrativa é o que se buscou nesta eleição para prefeito. Não foi só em SP, foi no Brasil todo. Haverá, portanto, cada vez, menos espaço para os políticos tradicionais e muito mais espaço para o novo.

Outra coisa é que estas eleições, pelo menos aqui em São Paulo, legitimaram de certa forma o impeachment, se é que havia alguma dúvida. Votou-se pela continuidade da mudança no país e não somente em São Paulo.

Neste cenário, a esquerda precisará se reinventar ou ficará reduzida à insignificância que já teve no passado. Até porque o lava jato vai continuar trazendo mais desgastes, principalmente ao, ainda, maior partido da esquerda, o PT. Mesmo porque os eleitores de cabresto estão desaparecendo com as mídias sociais e os votos ideológicos são insuficientes para garantir o partido.

Um outro fato interessante nesta eleição, é que a outra esquerda, não PTista, do PSOL, do PSB entre outros, cravaram seus candidatos aqui e ali e ganharam cidades importantes. Parecem que tentam se descolar da nave mãe petista, tentado criar outras opções na esquerda aos eleitores! Se não cometerem o erro de se aliar ao PT em segundos turnos, o que derrubaria sua tese de liberdade, poderão marcar seu território e sobreviver como opções válidas para não só roubarem eleitores do PT, mas para encarnarem a ideologia de esquerda, principalmente junto aos jovens.

Quanto ao PT, se não renovar seus quadros, onde o Haddad parece como o maior expoente desta necessária renovação (Por ainda não ter sua imagem maculada), se o partido não procurar um caminho nas reinvindicações sociais com equilibrio, deixando de lado a ideologia marxista aos partidos de extrema esquerda como o PC do B e outros, se não voltar aos seus planos iniciais de luta pela classe trabalhadora e deixar de querer ser frente das esquerdas, senão souber se descolar de tudo isso, se não isolar aqueles condenados pela justiça e gastar pólvora para defende-los e se acima de tudo, continuar a abraçar as causas perdidas, terá que conviver com a pecha de partido ladrão e poderá desaparecer com seus fundadores no fundo do poço da história!

O expurgo seria doloroso e difícil, pricipalmente das figuras de proa do partido, mas precisará ser feito se quiser a legenda manter uma posição de destaque no cenário político. O recado está dado, está no ar e é claro. Basta querer enxergar!

Os cegos sempre caem no mesmo buraco, ha não ser que mudem de rota ou peguem no braço de alguém que conhece o caminho!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 04/10/2016
Reeditado em 04/10/2016
Código do texto: T5780842
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