O LADO PERDEDOR

E se a festa acabou, é hora de analisar com frieza o resultado. Tentando fazer uma projeção de futuro. Claro que, com a expectativa de zero por cento de acerto. Embora ache que sou, talvez, nem seja verdadeiramente politizado, mas tenho uma vantagem sobre a maioria. Eu tento ser.

Quando uma eleição termina, ela necessariamente precisa ser analisada tanto pelo lado vencedor, como pelo do perdedor. Quem olha apenas a alegria de um e a tristeza do outro, é porque foi a festa, participou dela, e não entendeu nada. Infelizmente.

Vou começar pelo lado perdedor. Toda derrota é dolorida. Aliviada depois, pela sensação de transferir a responsabilidade dos problemas para outro. Essa sensação fica melhor ainda quando você sabe que pode aumentar o tamanho desses problemas, e não será penalizado.

O Brasil acordou na segunda-feira, com dois grandes perdedores. No cenário nacional um deles é o ex-presidente Lula. Seu cacife político está se esgotando mais rápido do que ele e os analistas políticos poderiam imaginar. A análise que tentarei fazer na sequência, caberia bem para os petistas no âmbito de Brasil como um todo.

Em termos regionais, e ainda muito longe dos holofotes da mídia, o outro grande derrotado é o deputado federal Mauro Mariani.

Para situar meus leitores fora de Rio Negrinho que são a maioria, a cidade é a porta de entrada do curral do peemedebista na região norte de Santa Catarina. Em praticante todas as cidades, o candidato apoiado pelo deputado foi derrotado. E não é que Mauro deixou os derrotados chorando sozinhos, e foi fazer o V da vitória em Joinville.

Isso não se pode esperar das múmias do partido, ou daquelas que quando posam para uma foto do seu lado, se tem a impressão que foram fotografados perto de um “deus”. Menos ainda dos militantes carregadores de bandeiras. Muitos apenas tentando salvar o emprego. Se Mauro gritasse mudaremos de lado, todos mudariam sem contestar a razão.

Eu espero que as novas caras que vi no PMDB de Rio Negrinho, se encorajem e chamem essas múmias juntamente com o deputado Mauro Mariani para uma conversa séria. Perguntar qual é a de vocês? Ficaremos apenas nas promessas? Numa visita ao curral apenas quando é necessário, e de mãos vazias? Assim como Lula, o modo de Mauro fazer política está ultrapassado. Até o curral está deixando de acreditar.

E ambos terão pouco tempo para se reinventar. Em 2018, um quer ser presidente do Brasil. O outro governador de Santa Catarina. Nenhum dos dois alcançará o objetivo apenas com promessas e currais. Se não mudarem é bem possível que em 2020, a salvação política esteja em imitar Eduardo Suplicy. Seria uma vergonha merecida.