Meta nacional
“O desenvolvimento econômico, sendo acumulação de capital, só se realizará com poupança e capitais nacionais. Não há lei que possa desviar o capital estrangeiro do seu roteiro natural, orientado para o rumo que mais convier aos seus donos, aos homens que na verdade o comandam”.
Tomando por base “o caso brasileiro e o dos demais países subdesenvolvidos, vítimas do imperialismo”, o eminente intelectual e homem público Barbosa Lima Sobrinho disse isso, ao que parece, na década de 70, mas ninguém levou muito a sério até agora. Continuam acreditando que o dinheiro de fora, que obviamente objetiva o retorno financeiro para os seus aplicadores, é o que poderá fortalecer a nossa economia. Decorreu daí, muito provavelmente, a série de privatizações promovidas no governo FHC e depois nos governos petistas, instaurando-se um liberalismo – ou um conveniente neoliberalismo – do qual não conseguimos nos livrar.
A despeito de cursos de engenharia econômica, história, política, etc., poderíamos propor, a quem se interessasse, um grupo de estudos do livro “Japão, o capital se faz em casa”, do ex-presidente da ABI e da ABL, apenas para entendermos melhor o Brasil e o contexto internacional e deixarmos de achar que o aporte de capital estrangeiro poderá resultar em algo de significado fundamental para a economia de um país.
Rio, 03/03/2017