O Golpe de 64 e o Erro dos Militares

Há exatos 53 anos, em 31 de Março de 1964, quando se vivia o auge da Guerra Fria e o mundo encontrava-se dividido entre duas superpotências antagônicas, EUA e URSS, instaurava-se, com expressivo apoio da população, um Regime Militar no Brasil.

Embora esse tipo de governo jamais deva ser considerado ideal, ele teve uma razão-de-ser e um objetivo maior, que deve ser compreendido à luz das circunstâncias da época: era preciso impedir que o país cedesse ao assédio dos agentes da extrema-esquerda, que pretendiam implantar por aqui uma Ditadura Comunista nos moldes soviéticos (como havia ocorrido, poucos anos antes, em Cuba). Os militares assumiram então o poder e cumpriram admiravelmente a parte mais escabrosa de sua tarefa, neutralizando os grupos de terroristas e guerrilheiros que agiam em favor da causa comunista em território nacional.

No entanto, como estavam focados no combate às guerrilhas armadas, descuidaram de um aspecto muito importante na batalha contra o Comunismo: as “guerrilhas culturais”. Desse modo, enquanto as hostes inimigas de caráter mais nitidamente belicoso iam sendo – com justiça – eliminadas, seus “soldados” mais discretos iam se infiltrando em setores e instituições fulcrais, gradativamente pervertendo os valores tradicionais da sociedade com suas ideologias nefastas: de fato, durante os anos de governo militar, simpatizantes e militantes comunistas foram se apoderando da mídia, dos órgãos de cultura, das entidades de classe, das igrejas, do mercado editorial, das escolas e das universidades. Em poucos anos, portanto, a Esquerda tornou-se hegemônica no campo cultural. E em 1985, quando os militares deixaram o poder, os esquerdistas assumiram também a hegemonia no âmbito político.

De lá para cá, aqueles mesmos comunistas que haviam sido poupados pelos militares durante os “Anos de Chumbo”, já tendo se infiltrado no establishment a ponto de dominá-lo totalmente, puderam finalmente pôr em prática o inescrupuloso projeto de poder que sempre tiveram em mente. Foi assim, graças ao descuido dos militares em relação à Guerra Cultural (muito mais nociva, em longo prazo), que tipos como Zé Dirceu, José Genoíno, Dilma Rousseff e Lula chegaram a comandar a República, para prejuízo geral da nação. Note-se quem, em pleno 2017, ainda estamos pagando o preço por esse estratégico erro de combate.