CULTURA ESCRAVOCRATA

A cultura escravocrata começa quando as relações de trabalho são precarizadas e se perpetua com a fragilidade da ação social em sentido oposto, caracterizada pela ausência de manifestações populares organizadas, pacíficas e eficazes. O trabalhador está perdendo dignidade de duas formas: uma com a reforma trabalhista e outra com a reforma previdenciária. Tanto uma quanto a outra medida atendem generosamente os interesses do mercado financeiro global. O resultado inevitável incluirá, com o passar do tempo, a atrofia da inclusão social e a hipertrofia da lucratividade empresarial. Por isso, as manifestações populares colocam-se em oposição ao receituário neoliberal, na medida em que o governo se nega a ceder nos pontos críticos de ambas as propostas impopulares para garantir a submissão do trabalho ao capital por meio da supressão dos direitos sociais do ordenamento jurídico, que são os direitos constitucionais que visam assegurar aos cidadãos o exercício dos direitos fundamentais para que tenham uma vida profissional digna e uma aposentadoria protegida pelo Estado Democrático de Direito.

Não somos contra o empresariado. Muito pelo contrário, somos a favor da livre iniciativa e da concorrência leal, porque delas depende o aquecimento da economia, que é a força propulsora da geração de emprego e renda e, por conseguinte, do bem-estar social. O senso comum não aceita a escravidão. O desenvolvimento socioeconômico que pode transformar o país numa grande potência resulta da atuação nos setores produtivos da economia de profissionais qualificados, respeitados e valorizados, com igualdade de oportunidades para todos no mercado de trabalho, sem preconceitos e todas as formas de discriminação.

Carlos Henrique Pereira Maia
Enviado por Carlos Henrique Pereira Maia em 28/11/2017
Reeditado em 29/11/2017
Código do texto: T6184876
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