Uma nova esquerda em construção

Afinal, qual é o papel da esquerda na política nacional? E hoje, quais são as maiores representatividades da esquerda no país?

Esses são questionamentos que inicio a construção de uma ideia, nesse momento esses são questionamentos feitos por todo país no campo progressista, pois sabemos que a maior liderança que temos nesse cenário, o ex-presidente Lula sofre uma das maiores perseguições políticas e jurídicas da história recente do nosso país e isto poderá tirar o mesmo do jogo eleitoral, deixando de fora a liderança política de maior popularidade em nosso tempo presente.

E sem Lula como fica o campo progressista no jogo político eleitoral? Esse campo fica totalmente desfragmentado, mas com um elo de esperança iniciando a tua construção.

Esta esperança se estabeleceu no último sábado (03/03) talvez um dia que entre para a história por consolidar uma candidatura de esquerda que terá como principais expoentes um líder social e uma liderança indígena. Isso aconteceu ontem na “Conferência Cidadã” que contou com a presença de lideranças políticas de diversos partidos do campo progressista, com intelectuais, artistas e lideranças sociais, esta conferência referendou a pré-candidatura de Guilherme Boulos, líder e coordenador nacional do MTST (Movimento dos Trabalhadores sem Tetos) e Sônia Guajajara (vice) que atualmente é coordenadora executiva do movimento “Articulação dos Povos Indígenas”, os dois irão formar uma chapa “puro-sangue” do PSOL.

E por que a candidatura de Boulos e Guajajara se torna uma esperança para o campo progressista? Simplesmente pelo foto de trazer novamente para o campo de esquerda a sua essência, que a construção de coletivos políticos que se idealizam perante a força do movimento social, que consolida a luta das minorias étnicas desse país e que fortalece os laços entre as diversas correntes que se encontra nesse campo, são esses os fatores que fazem da candidatura de Boulos e Sônia um elo de esperança no fim do túnel para um processo eleitoral que terá um embate muito consistente entre as ideias ultraconservadores da extrema direita religiosa contra o debate político democrático, e nesse campo democrático os ideais progressistas terão que se mostrar forte dentro de todas as suas divergências.

Vejo a candidatura de Boulos como um elemento que será norteador no processo eleitoral, pois com Boulos o PSOL passar a ter uma maior proximidade com os demais partidos do campo, e o PSOL demonstra o interesse de aproximação, deixando de lado o estigma que se construiu no passado com discursos sempre oposicionista tanto na direita como na esquerda/petismo. A presença do líder do MTST leva o PSOL literalmente para dentro dos movimentos sociais e se fortalece na essência da luta popular, deixando de ser um partido apenas de acadêmicos, talvez seja isso que ainda faltasse no PSOL e agora não falta mais.

E esta ideia de aproximação ficou nítido com aparições importantes de lideranças de outras legendas progressistas como ex-presidente Lula que parabenizou a iniciativa de Boulos e Guajajara deixando claro que jamais irá se opor a tua candidatura, na mesma tonalidade, Manu do PCdoB também sua mensagem de sorte à Boulos convocando ambos para uma luta contra os retrocessos. Essas aparições demonstra que sim, as esquerdas pensam em união no processo eleitoral em momento singular e com certeza esse caminho deve ser traçado para impedir a continuidade do golpismo e dos retrocessos.

Dentro de todo esse ambiente só podemos imaginar a consolidação de candidaturas com propósitos de construção de um Brasil mais justo e igual, de candidaturas que vão se opor a cada instante contra os retrocessos impostos pelo governo golpista e que essas terão forças de levar para as ruas seus princípios.

E como disse o próprio Guilherme Boulos, “o objetivo é colocar em cena uma nova articulação de esquerda e delimitar posição”. Assim, que esta esquerda delimite o seu campo de batalha e se coloque de maneira coerente na disputa e que faça força perante os retrocessos.

Pois, a verdadeira mudança e luta se estabelece com o povo. E o povo será decisivo, já que o mesmo detém a principal arma democrática contra o golpe, o Voto!

Gonçalves B G G
Enviado por Gonçalves B G G em 05/03/2018
Código do texto: T6271225
Classificação de conteúdo: seguro