Futebol e Política não se misturam?

Eleições 2018

Minha leitura das duas últimas pesquisas, nessas alturas do campeonato: Indefinição com lampejos de definição...

Vishhh ... que isso?

Sei lá! Sou torcedor (eleitor) e ignorante, então me dou ao direito de pensar todas as asneiras que me ocorrem nesse momento.

Eleições gerais como essa, significa muito mais que a transferência de paixões, como aquelas percebidas dos cidadãos relativas ao futebol.

Candidatos não podem simbolizar um Gre-nal, um Fla-Flu, um San-São, um Corínthians x Palmeiras, etc... Não se trata de ganhar como num campeonato, manifestar paixões insanas, digladiando-se e se matando nas ruas feito idiotas, onde as discussões fluem e se manifestam de forma obcecada e com vieses de idolatria, com valores supérfluos como as cores das camisas dos seus clubes.

Essa paixão é que não os deixam ver o quanto seus clubes ganham vendendo seus suvenires e também atletas, em operações milionárias, sem que sejam lá muito questionados.

Não será na busca daquele jogador que promete que levará seu time a ganhar um jogo, mas, que não garantirá o campeonato longo de pelo menos 4 anos.

De repente ele é apenas um “cai-cai” que quando mais se espera dele, menos retribui para a equipe.

O Brasil não é uma Taça Jules Rimet sendo disputada. O Brasil é o nosso país, cujo potencial para ser o maior e melhor do mundo é latente, visível e “cantado aos quatro ventos”, só que não estamos sabendo escalar seus técnicos e gestores. E isso o resto do mundo não concebe entender do porque no nosso desenvolvimento, damos três passinhos à frente e dois para trás.

O Brasil carece de pensamentos sólidos de desenvolvimento e não de paixões destemperadas que impedem de se ver o que o país precisa, independentemente das idolatrias pelos que podem realizar essa enorme tarefa. Não devemos pensar em pessoas e sim em quem estaria em melhores condições de realizar as mudanças estruturais que tanto precisamos.

Assim, o cidadão deve por um pouco de lado a paixão e olhar com sensatez todo o panorama desse jogo. O melhor time é que vai ganhar esse longo campeonato e não um jogador que brilha em determinado jogo mas depois não consegue mais contribuir para a equipe. Ficará fadado ao banco de reservas enquanto o jogo ocorre lá no gramado.

Pensando nessa analogia ao futebol, vamos às mais recentes percepções:

1- Bolsonaro, centro-avante de extrema-direita, chegou no seu limite. Sempre jogou na câmara, apresentando resultados medíocres para a equipe. Nenhum grande projeto, nenhuma comissão importante, enfim, muitos anos nesse clube, sem se aparecer muito para a torcida, senão naquelas formas mais destemperadas e beligerantes, demonstrando gostar de agressões, resolver as coisas no grito e que tais. Precisa dizer a que veio além de seu destempero diante de questionamentos que afligem o cidadão brasileiro, cuja percepção das causas me parece bloqueada pela limitada inteligência. Perguntas simples o deixam sempre na defensiva e responde agressivamente, invariavelmente com outras perguntas para fugir a responder o que não conhece (e nem faz questão de conhecer) e deixa transparecer que sua ignorância nata o impede de ver alguns palmos diante do nariz, delegando a outras pessoas essas preocupações. A enorme rejeição que os eleitores têm, com ênfase aos do sexo feminino, é altamente desabonadora e contribui para que no segundo turno perca para qualquer um dos demais candidatos, ganhando apenas do Haddad que, por sua vez, se travestiu de Lula solto, estratégia a qual o PT conta mesmo é com a enorme ignorância que assola o país.

2- O Chuchumbo, jogador estilo Ademir da Guia, clássico, com uma bonita performance, maravilhosas plástica ao "matar a bola" e que tem produzido bons resultados para sua equipe, durante todos os campeonatos de que tem participado. Agradável à imprensa e aos investidores, sempre cordial e com respostas inteligentes e sem devaneios, tem demonstrado grande experiência em governar e conduzir negociações com o Congresso. Deverá começar a despontar como a opção mais sensata para o time que irá disputar esse longo campeonato. Deverá ultrapassar os que estão imediatamente à sua frente nas preferências demonstradas nas pesquisas, no caso o Ciro Gomes e a Marina Silva que também estagnaram seus avanços. Alckmin, muito embora represente um “centrão manjado”, mas que o eleitor vai percebendo como a melhor opção para aprovar as mudanças importantes e necessárias que seu programa de governo propõe, em que pese a fama daqueles outros que o apoiam.

Esse apoio demonstrou claramente esse poder de interagir com as mais diversas correntes e dela tirar os votos necessários para conduzir a nação.

No caso de eventual 2º. Turno, ganhará de qualquer um dos adversários, como ficou demonstrado na última pesquisa. Nessa oportunidade, receberá apoio dos demais que sintetizam um centro mais lúcido e mais preocupado com o país, tais como Meirelles, Amoêdo e Álvaro Dias.

3- Os demais adversários que estão mais no final da tabela de classificação desse campeonato, precisam reavaliar suas estratégias. Falta muito pouco para o final dessa primeira corrida. Particularmente não creio que possam alcançar o topo da classificação. Assim, por ora, não devemos gastar muito tempo nas análises mais profundas de suas proposições. Deixaremos isso para gastar com aquele efetivamente represente o melhor para o país, e durante todo o mandato, colocando novamente o a carruagem na correta direção, pois, carregam no bojo de suas ideias, mudanças importantíssimas, como por exemplo, nosso falido sistema eleitoral. Ele detectou que devemos promover nova forma de eleger nossos representantes e de como devemos votar futuramente, com “jogadores” conhecidos da comunidade na qual o eleitor vive e os conhecem pessoalmente. Muito importante seria para o país uma mudança de nosso sistema eleitoral, com voto distrital misto, como é hoje na Alemanha (e como jogam aqueles atletas não?!). Amparado em um sistema de governo e na fortaleza dos partidos (clubes), onde a maioria no congresso (CBF) é que garantirá o avanço, onde são ouvidas as mais sensatas ideias apresentadas pelos parlamentares e avaliadas, junto com o Primeiro Ministro, para serem implantadas no país. Acaba com essas caríssimas campanhas eleitorais e com eleitos que desaparecem logo após serem eleitos. Acabaria essa velha política nojenta do "toma lá, dá cá", cujo maléfico fisiologismo cansou os eleitores, cidadãos honestos, éticos e trabalhadores. Em um sistema Parlamentarista, sabemos que evitaria em muito esses enormes desgastes que temos vivenciado, quando é difícil trocar um técnico durante o jogo, no caso um processo de impeachment. No Parlamentarismo, trocamos o Primeiro Ministro, como se fosse o técnico de um clube que não está indo bem no campeonato. Já, o Presidente nesse sistema, ficará lá cuidando da administração e dos temas mais afeitos à estrutura e funcionamento do Estado, sem dar margens para os famigerados aparelhamentos da máquina pública, com objetivos escusos e sempre com planos plenipotenciários de permanência no poder. No Parlamentarismo o Estado funciona até mesmo sem o Primeiro Ministro. A chamada “máquina pública” se organiza de forma a mais moderna possível, seus funcionários são altamente engajados no trabalho e não cuidam de política, cabendo estas preocupações aos políticos. Prozem melhor e servem melhor a população que lhes paga os salários através dos impostos.

O Estado não fará concessões e benesses a este ou aquele cidadão, empresa ou até mesmo outro país, sem uma contrapartida, e somente após uma discussão de política desenvolvimentista, quer administrativa, quer econômica ou social, relações internacionais, etc... que aprovem tais iniciativas.

Continuando esse misto de análises e analogias, o importante é o que vemos à frente para o time ganhar nos próximos 4 anos de campeonato. Importante acreditar nas estratégias traçadas, através dos planos de governo apresentados, independentemente da pessoa que pensa no país e não apenas em conseguir vencer a primeira partida e depois não saber como ganhar o campeonato. Assim, devemos olhar mais as estratégias e planos de curto, médio e longo prazo e não os personagens que, embora possam sintetizar nossa vontade latente e animalesca de “resolver tudo na porrada”, mas sabemos que o que prevalece no time vencedor é a sensatez, paciência, estudo das questões mais cruciais e importantes para o país.

Não podemos nesse campeonato tomar novamente uma goleada e depois recolher o orgulho e ruminar a derrota. Nesse embate de estratégias entre o time do conservador de extrema-direita Valente17 e do Liberal-Progressista45, seria até aceitável nesse primeiro turno jogar o suficiente para garantir estar nas finais. Aí sim, um e sete pode ser uma vitória de 7 a 1 para o Liberal-Progressista45.

O que temos que evitar é que o clube (país) não vá à bancarrota e vire uma Portuguesa de Desportos ou mesmo um Juventus da rua Javari ou o Jabuca de Santos, pois o caminho para recuperação é muito penoso, basta observar o que ocorre em um país vizinho, que se aventurou por soluções simplistas e agora sua população quer abandonar o pais, fugindo da fome e da miséria que conseguiram para se povo. Ninguém merece o destino que chegou a Venezuela, exemplo mais que exagerado de que o populismo e o caudilhismo nunca levou nenhum país e seu povo a melhores confortos sociais. Tudo tem que vir do trabalho árduo.

Não podemos nos dar ao luxo de perder para o resto do mundo! Vejam nosso pífio PIB, nosso desemprego, nossa segurança pública, nossas escolas, nossos tranportes públicos... O resto do mundo está evoluindo à passos largos, e as ideias sensatas, progressistas e liberais é que tem sido responsável pelo sucesso de muitos países mundo afora.

Incrível que escrevi em pouco tempo esse texto e sequer me lembrei de um jogador que está preso e fazem de tudo para colocá-lo no campeonato... É, um tal de Bruno... era do Flamengo... Esquecê-mo-lo, ele está totalmente fora de forma! Significa o fracasso de aventuras semelhantes que não desejamos por aqui!

Marco Antonio Pereira

(para o Recanto das Letras 22/08/2018)

MARCO ANTONIO PEREIRA
Enviado por MARCO ANTONIO PEREIRA em 22/08/2018
Reeditado em 22/08/2018
Código do texto: T6426614
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