Não há ilusão, há cumplicidade

De uma coisa não se pode acusar Jair Bolsonaro, de esconder a sua natureza monstruosa.

Há 30 anos ele a expõe.

Não há enganados, há cúmplices e há tolos.

Os generais sabem que ele queria explodir bombas em quartéis.

Os que pensam respeitar a dignidade humana sabem que ele faz a apologia da tortura e da morte.

Os nacionalistas o viram bater continência para uma bandeira norte-americana, na festa de quem deixou seu país atrás de dinheiro.

Os negros sabem que ele reserva à pele escura o papel de cavalo, para carregá-lo nas costas.

A imprensa “livre”, ao dizer que “são extremistas iguais” os que nunca a censuraram e os que perseguiram, prenderam, torturaram, exilaram e mataram jornalistas oculta a diferença inconciliável entre ditadores e críticos.

Mesmo agora, quando ainda precisam disfarçar seus métodos e intenções, os espancamentos, as ameaças, as agressões se multiplicam.

Dizer que nada tem com isso quem, há poucos dias, dizia – fantasiando uma metralhadora como uma criança, quando tem idade para ser avô – que “vamos metralhar os petistas”? Não é uma força de expressão brutal, é a expressão da força bruta.

Não se pode mentir às pessoas: ou o país se levanta e diz não a isso ou teremos todos de nos ajoelhar, rastejar e implorar misericórdia pelos nossos irmãos e por nós mesmos.

Todos, inclusive os ricos, os grupos econômicos do capital e do agronegócio que, não satisfeitos com tudo o que ganharam e ganham acham que isso os levará a um mais doce degrau do paraíso, como acharam quando levaram Michel Temer ao poder.

Agora, porém é pior, pois em lugar da lama, que se pode lavar, haverá sangue, que é mancha que não sai.

Não tenho nenhum prazer em escrever isso, mas vocês não estão simplesmente escolhendo um governo, que pode ser bom ou ruim, mas que tem limites, nos atos que pode praticar e no tempo que pode durar.

Estão libertando um monstro, jogando na rua os instintos primitivos que só conhece a destruição do outro e a própria fome como razões.

As suas milícias estarão vigiando a todos.

Adolescentes siderados vigiarão os professores que serão “comunistas” quando a nota for baixa; vizinhos vigiarão vizinhos, que serão “drogados” ou “viados” quando os desagradarem, parentes vigiarão parentes e bandos de animais percorrerão as noites à procura de mulheres, de negros, de gays em que possam despejar sua brutalidade.

É a vida que você quer, é o mundo que dará aos seus filhos?

Civilizar leva décadas, mas para tornar-se selvagem bastam alguns meses na selva.

É nela que estamos entrando e os lobos já uivam nas ruas.

A escolha é crua e dura.

Fernando Brito - Via Tijolaço

Rapidinho:

Filhos da Terra é uma novela dividida em vinte cinco capítulos. Narra a trajetória de Zenaide, uma ninfeta, que se envolve num mundo do sexo, droga e fúria. A história de uma garota da periferia; pobre, sensual, que sonha com o sucesso. Zenaide e sua família, num turbilhão de sentimentos. Um jornalista, como um anjo de guarda, surge em sua vida. Um amigo, um pai; um amor.

Capa: Berzé; Ilustrações do miolo: Eliana; editoração eletrônica: Fernando Estanislau; impressão: Editora O Lutador - 2009, primeira edição

Agradeço pela leitura e peço a quem encontrar algum erro de gramática ou digitação, por favor, me avise.

www.jestanislaufilho.blogspot.com Contos, crônicas, poesias e artigos diversos. De minha autoria e de outros e outras. Convido você a participar com texto de sua autoria. Será um prazer publicar.

#LulaLivre Doravante esta hashtag estará em minhas publicações enquanto não apresentarem as provas contra Lula