PERDAS E GANHOS

Já perdemos! Qualquer que seja o resultado das urnas, já perdemos! Perdemos há muito tempo e seguiremos perdendo!

Mais uma vez na história, perdemos a liberdade de expressar livremente nossos livres pensamentos, qualquer que seja nossa posição. A idade das trevas vive e revive a nos espreitar no seio das nossas consciências. Perdemos nossa própria capacidade do livre pensar na medida em que somos vencidos pelas próprias paixões. Perdemos o espaço da argumentação civilizada, objetivamente, diante da barbárie das turbas enfurecidas. Foi assim em muitos momentos da História, em nossas Guerras, Revoluções e Inquisições sempre torturantes.

Qualquer que seja o resultado, destas e outras eleições que houverem, enquanto houverem, nossas ilusões serão desiludidas. Depositando cegamente nossa fé em outros como nós, gente como a gente, veremos, uma vez mais e sempre, não haver milagres. Mais uma vez teremos perdido. A vida é feita de perdas e ganhos que, aprendendo a lidar com isso, nos levam à maturidade, e sem maturidade não se sabe ganhar nem perder.

Sem maturidade, temos perdido a compostura, o bom senso crítico e o amor à verdade em troca talvez do favor de um prato de lentilhas, de trinta moedas, ou, quiçá, de uma mera ilusão de poder pessoal que nos infle um Ego desmedido. Cada povo tem a Democracia que faz por merecer e, mais uma vez, nos parecemos longe de merecer uma Democracia muito melhor para todos. O exército da ignorância, convenientemente dividido a qualquer custo, vive a marchar cegamente para sua própria desilusão.

Em nossa velha e sempre renovada baixa política, ganhamos, mais uma vez, uma avalanche de desinformação, de grotescas caricaturas e odiosas inverdades. Meias verdades são ainda mais enganosas e nocivas do que uma mentira completa. Boataria, difamações, vale tudo, promessas infundadas e incumpríveis ..., enfim, ganhamos o atropelo da boa Moral e do melhor da Ética. Descontextualizações e edições aviltantes. Quem sempre lucrou com a ignorância, nunca teve nem terá interesse em boa Educação para suas massas de manobra. Tudo, tudo mesmo, parece valer em favor de uma efêmera batalha por uma vitoria possivelmente inglória. Possivelmente inglória, como sempre, para a multidão de peões neste imenso tabuleiro. Exceto para os que, de hábito, se locupletam com algumas migalhas em desfavor de uma consciência maior.

Valha-nos Don Quixote de La Mancha!

Paulo Constantino
Enviado por Paulo Constantino em 23/10/2018
Reeditado em 23/10/2018
Código do texto: T6484490
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