BOLSONARO E CRISE COM BANCADA EVANGÉLICA

A indicação do deputado Osmar Terra (MDB/RS) como titular do Ministério da Cidadania e Ação Social, nesta quarta-feira (28), surpreendeu não só por ele ser do partido governante, com que se esperava um rompimento total do governo Jair Bolsonaro.

A pasta, que englobará Direitos Humanos, Cultura, Esportes e Desenvolvimento Social, tinha como nome certo o senador Magno Malta (PR/ES). Contudo, em uma reunião do presidente eleito com a Frente Parlamentar Evangélica (FPE) nesta quarta-feira (28), em Brasília, o bloco suprapartidário apresentou uma lista com três nomes: Marco Feliciano, Gilberto Nascimento e Ronaldo Nogueira. Por motivos ainda não revelados, Bolsonaro optou por um nome de fora da bancada evangélica.

Isso trouxe contrariedade a algumas lideranças. O pastor Silas Malafaia criticou publicamente a decisão do capitão reformado.

Não é a primeira discordância do bloco com o futuro mandatário do país, a quem o apoiou maciçamente durante as eleições.

Uma nota no jornal “O Estado de São Paulo”, nesta quinta-feira dava conta que haveria uma “guerra” entre Bolsonaro e a FPE.

A afirmação foi rebatida com veemência pelo presidente da bancada, pastor Takayama (PSC/PR). Em nota oficial, a Frente Parlamentar Evangélica manifestou “repúdio a qualquer tentativa de desestabilização do apoio desta ao Governo Bolsonaro”.

O texto diz ainda: “Não estamos a barganhar cargos, muito embora entendamos que a composição de um quadro técnico e preparado auxiliará na nova forma de governar, neste sentido estamos unidos e atentos às escolhas do Presidente… Qualquer tentativa de setores da imprensa, neste momento, de criar constrangimento desta bancada com o próximo governo trata-se de factoide que não merece ser considerado como verídico.”

A Frente lembra também que “a nota divulgada no Jornal Estadão não partiu de qualquer representante oficial desta FPE”.

Por sua vez, o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM/RJ), declarou ao Gospel Prime que não há “nenhuma guerra”. O parlamentar lembra que Bolsonaro de fato pediu a bancada para indicar 3 nomes para o Ministério da Cidadania, mas escolheu outra pessoa.

“Ele é quem tem que explicar porque fez isso. Desde o início fui contra a bancada indicar nomes para o ministério, mas como o presidente Bolsonaro pediu a maioria decidiu enviar, eu e mais alguns não concordamos com indicar nomes, mas fomos vencidos pela maioria”, completou.