ARTIGO – Barbas de molho – 12.12.2018 (PRL)
 
ARTIGO – Barbas de molho – 12.12.2018 (PRL)
 
Pelo que vimos no dia de ontem na Câmara dos Deputados, temos certeza absoluta de que as dificuldades se multiplicarão para aprovar qualquer projeto na próxima legislatura. Sabe-se que praticamente cinquenta por cento desses atuais parlamentares não voltarão àquela casa legislativa, porquanto não foram reeleitos em outubro próximo passado. Claro que isso amenizará um pouco a situação, todavia pode ser necessária a feitura de alianças do novo governo com alguns partidos recalcitrantes em aceitar os comandos emitidos desde a campanha eleitoral.
 
Na votação de lei que prorroga os incentivos da indústria, por exemplo, a automobilística do norte, nordeste e centro-oeste (SUDAM, SUDENE e SUDECO), que representa renúncia de recursos fiscais pela união, estimada em R$ 15 bilhões, por alguns, ou R$ 5 bilhões, por outros, mas a verdade é que ninguém sabe ao certo quanto será o prejuízo, isso até 2023, ou seja, durante o período do governo do Bolsonaro, apenas o deputado Delegado Waldir, do PSL (GO), como líder do partido, votou contrariamente ao subsídio, salientando-se que foi fragorosamente derrotado em seus argumentos pela quase unanimidade dos partidos representados. Enganam-nos suas excelências quando dizem que não haverá prejuízo, porquanto é apenas prorrogação do que já existe. Sim, já existe, mas estava previsto o benefício para ser encerrado em março/2019.
 
A principal alegação é aquela velha e antiga necessidade de acabar com os desníveis regionais de renda que existem no país, benefício que é um nunca acabar, eis que os desequilíbrios continuam até maiores. Lógico que os estados beneficiados necessitam de incentivos à industrialização, mas é notório que empresa não paga impostos, pois os inclui nos custos e os repassa aos consumidores, isso em qualquer área de atividade. Além do mais, não se poderia garantir que veículos produzidos com isenções de tributos não estariam sendo enviados para fábricas congêneres e/ou mercados de zonas mais desenvolvidas, como sul e sudeste.

Pensamos que essas leis nunca são favoráveis ao povo, que deveria ser o destinatário, mas são votadas para beneficiar a classe empresarial, no nordeste principalmente, porquanto os políticos envolvidos já estão acostumados a angariar esmolas (a SUDENE foi criada há mais de cinquenta anos), porque a miséria ainda continua solta na região. Há momentos em que imaginamos que alguém estaria ganhando e muito com essas facilidades, notadamente em votações tão apressadas, salientando-se que essa lei teria prazo até março do próximo ano para ser decidida, podendo ser deixada para a nova legislatura. Outra coisa: Se as empresas não cresceram (continuam necessitando desse incentivo), se o estado não evoluiu e se o povo nada ganhou não vemos onde estão tantos interesses.

Barbas de molho é uma expressão popular da língua portuguesa. A expressão completa é "deixar as barbas de molho" ou "colocar as barbas de molho" e significa que a pessoa em questão deve ter paciência, ficar alerta, prudente. Temos muita pena do Capitão Jair Bolsonaro, pois achamos que será quase impossível que os deputados aprovem tudo o que o novo presidente deseja e já anunciou para o bem do país.

Outro assunto explorado até demais pelos deputados do PSOL, especialmente o Doutor Glauber Braga, do Rio de Janeiro, que bateu pesado do começo ao fim da sessão, foi quanto aos depósitos apurados pelo COAF na conta de familiares do presidente, exigindo uma explicação do seu colega deputado Eduardo, filho do Bolsonaro, que não estava presente à reunião.

Temos a impressão de que deveria existir uma lei no sentido de que essas notícias pudessem ser dadas pelos veículos de comunicação, que somente poderiam voltar ao assunto após trinta dias sem esclarecimentos da parte acusada, e não ficar batendo todos os dias na mesma tecla, pois se elas não forem verdadeiras o prejuízo é quase irrecuperável. A Rede Globo de Televisão é especialista nisso.

Não pregamos o quanto pior, melhor. Sentimos que existe algo diferente no ar.

Nosso abraço.

Silva Gusmão
Fonte: INTERNET/GOOGLE
 

ATUALIZANDO - 12.12.2018
 
Aqui em Recife, Pernambuco, onde o governador foi reeleito no primeiro turno com uma coligação exdrúxula, o pessoal da saúde está em greve por atraso de alguns meses no pagamento de salários, o que é uma vergonha, notadamente quando se sabe que o Doutor Paulo Câmara (PSB), para ganhar as eleições prometeu pagar o décimo terceiro para o pessoal do "Bolsa Família", atitude contrária às leis, mas que o Tribunal Eleitoral fez vistas grossas. Em contrapartida, a polícia está nas ruas para conter o movivmento grevista. Durma-se com uma democracia dessas!

Bom que se esclareça que para conceder essa nova regalia sua Excelência aumentou os impostos de alguns produtos, mesmo sabendo que o interesse do presidente eleito é no sentido de que não haja aumento de tributação, hipótese que achamos completamente descartada.

 
ansilgus
Enviado por ansilgus em 12/12/2018
Reeditado em 13/12/2018
Código do texto: T6525175
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