Uma análise que merece ser considerada

O general Santos Cruz, titular da Secretária Geral do Governo, é o novo presidente da República Federativa do Brasil. Um presidente não eleito, mas com plenos poderes para mandar e desmandar em toda a estrutura do governo federal.

Na prática, o que houve foi um golpe militar. Um golpe sem armas, sem tiros, sem alarde. Jair Messias Bolsonaro passará a ser uma rainha da Inglaterra. É o presidente, mas não governará. A esquerda, os globalistas e os militares exultam; creio mesmo que Georges Soros e José Dirceu abriram seus respectivos champanhes.

Os superpoderes para Santos Cruz emanam do Decreto 9.794/2019, que institui o Sistema Integrado de Nomeações e Consultas (Sinc), plataforma eletrônica para registro, controle e análise de indicações para cargos e funções de confiança no âmbito da administração pública federal. O decreto foi publicado na última quarta-feira, quando milhares de idiotas úteis colaboravam nas ruas com a campanha Lula Livre.

Em suma, Santos Cruz, o general preferido da ONU, poderá controlar, com poder de veto, as nomeações para os altos escalões do governo. É uma espécie de SNI interno, de onde Santos Cruz poderá decidir quem entra, quem sai, quem fica e principalmente quem faz.

Não sou profeta nem analista político, mas é relativamente fácil saber o que acontecerá nas próximas semanas, talvez nos próximos dias. Cairão os ministros Abraham Weintraub (Educação), Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Ricardo Salles (Meio Ambiente) e, talvez, Damares Alves (Direitos Humanos). Cairá o mais importante conselheiro político de Bolsonaro, o assessor especial da Presidência, Filipe G. Martins.

Sergio Moro (Justiça) e Paulo Guedes (Economia), felizmente, não devem cair. São importantes demais para que seus tapetes sejam puxados. No entanto, de cabeça de general e bumbum de nenê, nunca se sabe o que pode sair.

O Centrão será domesticado, e vocês podem imaginar como. A reforma da previdência será aprovada, não sem algum espernear da esquerda, mas certamente “desidratada” a ponto de não conceder demasiado crédito a Bolsonaro. O país não vai quebrar como a esquerda gostaria, mas os privilégios e castas (como as universitárias) serão preservados. O sistema venceu. A economia crescerá, mas a estrutura do poder continuará gigantesca e envenenada. Mais ou menos com faz o Putin na Rússia: vocês me deixam fazer o que eu quero, eu deixo vocês viverem.

Daqui a um tempo, a extrema-imprensa e FHC vai começar a falar em impeachment. Que digo? Já começaram. Mourão pode preparar o terno da posse.

NO ENTANTO, é preciso lembrar as lições de dois gênios: Winston Churchill e Mané Garrincha. Churchill dizia: “Na guerra, só se morre uma vez; na política, várias vezes”. Garrincha perguntava ao técnico Zezé Moreira: “Vocês já combinaram com os russos?” Não cairei no erro que já cometi: o de subestimar Bolsonaro. Talvez ele dê a volta por cima. Talvez.

A esquerda não vivia falando em volta do regime militar? Olha aí: conseguiram.

Paulo Antônio Briguet

Gary Burton
Enviado por Gary Burton em 17/05/2019
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