QUEDA SISTEMICA - Auge dos totalitarismos

Chris Hedges, advertia num recente artigo intitulado- “A próxima depressão”- que: “Os bancos centrais do mundo inteiro, incluindo o Federal Reserve dos EUA, injetaram milhares de milhões de dólares no sistema financeiro mundial. Este dinheiro falsificado criou uma dívida mundial de 325 mil milhões de dólares, ou seja, mais do triplo do PIB mundial”... O sistema está falido, o grande poder das finanças acode ao poder militarizado, para controlar as massas trabalhistas. A terceira via, social-democrata foi derrubada. Por toda parte o poder Financeiro Norte-Americano, instala clones de Trump nos poderes periféricos do Império Ocidental e nas áreas próximas que ainda controla.

A decisão da elite é cada vez mais unânime: o margem para governos verdadeiramente democráticos, fica reduzido. Ante a ameaça dum confronto global com a aliança Russo-Chinesa, Ocidente ruma para o totalitarismo. Numa tentativa de contra-restar os governos totalitários dos seus concorrentes? A independência dos três poderes: legislativo, executivo e judicial, tem os dias contados. O Auge do totalitarismo sempre afoga ou apaga esta relativa autonomia, pois em realidade sempre existe um poder coordenador, por cima destes poderes, que os unifica e guia. Mas coordenador, permite autonomia – absoluto, não.

Em esta nova dicotomia, os países do sul, baixo comando Ocidental, tem de entregar todas suas riquezas ao centro Imperial: penetração massiva dos agro-negócios, industrias mineiras extrativas, petróleo - no subsolo e solo, deverão unir-se a entrega de empresas estatais, nos sectores vitais: energético, civil, militar. O Poder Financeiro e Transnacional Ocidental, não quer ter oposição ao plano das privatizações. A entrega de todo o tecido produtivo, e a toma dos Bancos Centrais Estatais, que ainda não estão em posse do sector bancário privado, nas regiões baixo seu domínio, é preciso (mas fazer-se-á devagar, para não levantar suspeitas). Por isso poder ditatorial interior, que impeça a desobediência civil, que possa desmontar o plano, é preciso.

Já não se pode injetar artificialmente mais bilhões de dólares no pulmão do sistema, nem regalar-lhe ao capital mais empréstimos a zero, para viver a conta duma economia baseada nas rendas. Criando gigantes empórios zumbis, que somente podem manter-se em pé, comprando-se a si mesmos seus próprias ativos (a conta de socializar perdas e privatizar ganhos). Este tipo de políticas atingiu seu limite biológico. O engano do atrelo as dívidas, ficou clarificado – a sociedade não pode chegar a ver a luz, por trás dos véus enegrecidos: a farsa bancaria dos empréstimos, acima do dinheiro criado do nada, num computador, não pode ser desvelada.

O império mediático Murdoph aliado a Trump, encarregar-se de facilitar a transição duma democracia tutelada, pelo capital a uma ditadura em favor do capital. Essa Mídia global ao hegemonizar o pensamento cria dentro do imaginário coletivo e individual, a orientação precisa: a palavra de Ordem favorável ao Império belicista. Com ela podem voltear as massas em favor dum projeto de controlo total do indivíduo e sociedade; fazendo acreditar ao proletariado ser preciso um novo ordem global baseado na: nação, a família e o credo. Simulando essa ordem (na realidade velha ordem), serem sinónimo de progresso.

O adormecimento das populações, permitirá políticas regressivas no social, no económico, no político e na morte momentânea duma hipótese independência viável nas regiões periféricas, nomeadamente ao sul do Equador. A ameaça Russo-Chinesa, permite criar um espelho virado, onde o totalitarismo campa de Oriente ao Ocidente.

Manter em pé a velha mentalidade de guerra fria, é fabuloso para implementação deste plano: criando divisão e confronto social, entre dous bandos, em aparência contrários e permitindo, a desunião da cidadania. Desunião precisa para implementação do plano central de controlo dos meios produtivos, de governação, de comunicação e de criação de pensamento. Assim como fusão dos três antigos poderes., em um poder unificado – vencedor ao serviço dos Senhores das Finanças, Ocidente fica igualado a China, enquanto ao monopólio das decisão, e a imposição vertical das normas de convívio e os limites.

Tal como Marx previu a concentração e monopolização do capital, chegou a seu máximo, o que facilita a tarefa de homogeneização da sociedade, baixo o engano da volta ao poder nacional – que em realidade é um servo – do poder internacional Imperial Financeiro.

A globalização deve ser invertida, para impedir China tomar o controlo económico, num mercado aberto. O poder Ocidental não deve perder o comando, em nenhum dos três tabuleiros: militar, económico, social-cultural-cientifico. O Paradigma que rege a sociedade deve ser criado, planificado e projetado desde a cima, Trono Ocidental ao mundo.

Mas isso agora está em risco: as relações de China com África, América Latina e Ásia – suas inversões em infraestruturas, por todo o mundo, tem beneficiado esses países, como nunca antes se tinha visto – num panorama muito mais atrativo, que o velho atrelo ao FMI, a criação de bolhas e sua implosão e a impossibilidade de sair da estagnação. Tal como reconhece o mesmo Washington Post, os investimentos da China tem permitido maior estabilidade, crescimento e emprego melhor remunerado, em todas áreas do globo onde esta colaboração se tem verificado. Algo que consolida China como parceiro fundamental, para os países em desenvolvimento. Isso tem de ser removido, mesmo pela força, se a chantagem não funcionar.

Assim que o velho Poder Ocidental em luta com o Poder Imperial Financeiro Estatal Totalitário Russo-Chinês, não permite já emitir uma terceira a via, a Sul, que poderia cria uma democracia real. Democracia que partindo da América do Sul, poderia ativar a conexão com o Sul da África e a Índia, unindo o Atlântico Sul, com Oceano Índico. Conexão que poderia bem ressuscitar o antigo Estado Providencia ou do Bem-Estar, (abolido na Europa, uma vez o capital não o precisar, como intermediário entre capital e trabalho, trás o derrubo da União Soviética). Brasil comandado com Índia e Sul-África, no ISBA, essa posição.

Precisamente por isso foram derrubados, com tanta facilidade, os regimes progressistas em favor dum desenvolvimento autónomo na América do Sul, sem a supervisão de Washington. Agora que a China, aperta do 2º tabuleiro – o económico e Rússia o 1º o Militar, deixar a América do Sul, desenvolver-se no 3º Tabuleiro – o Cientifico-Tecnológico, Social-Cultural… seria um risco, que não poderia assumir o Império Global, em tempos de paz e crescimento, menos ainda em tempos sombrios de quebra sistémica, demolição e guerra económica – política, militar, pela hegemonia.

Os chamados governos progressistas da América do Sul, também demonstraram inocência geopolítica, ao não saber, não poder, o não concluir uma formula de unidade esquerda-centro-direita, que permitisse criar um anel de poder Sul-Americano, onde a Independência económica virasse questão de estado… As revoltas de esquerda e direita hoje no continente adoecem dessa falta de aliança, esquerda-centro-direita em favor dum novo centro geográfico Latino-Américano, com ramificações a Sul da África.

Após o colapso soviético, assoma o colapso Ocidental. E a guerra pode assomar também, num intuito de não permitir um acomodo viável, de demolição sistémica programada (que teria que contar com a China, Rússia e mesmo Índia) com o intuito duma ré-organização e criação dum novo sistema ao nível das Nações Unidas. Novo Paradigma global, que permitisse evitar a implosão sistémica, mesmo com a criação duma nova moeda de referencia e reserva mundial, e uma governação partilhada, entre Ocidente e Emergentes, com agendas concretas a planos conjuntos de ação. Algo que somente poderia efetuar-se negociando o poder Único Ocidental, nascido do fim da II Guerra Mundial e Aperfeiçoado no fim da Guerra Fria, com os novos poderes Emergentes…

Hoje, já ninguém pode negar, que ativadas já as duas primeiras fase da guerra: guerra monetária e guerra comercial, a militar, pode chegar, em qualquer momento. No entanto, temos ainda esperança de poder chegar a um geral e global acordo, se houver pressão em esse sentido. Aguardemos as esperança não se esvaia. Mas a guerra mediática a cada vez esta mais virulenta. Os poderes que controlam as diversas Mídias, chegaram a um acordo tácito interior, de apagar toda dissidência.

Emitindo opinião a cada vez mais inverossímil, mas com capacidade de controlo sobre o imaginário coletivo já muito embrutecido (depois de decénios de televisão lixo), os povos esqueceram aquela máxima de Bertrand Russell: “O fato de uma opinião ser amplamente compartilhada não é nenhuma evidência de que não seja completamente absurda; de fato, tendo-se em vista a maioria da humanidade, é mais provável que uma opinião difundida seja mais tola do que sensata” Criando pensamento absurdo, apaga-se também o pensamento crítico. Voltando a incitar-nos no combate

No exterior e no interior, o combate segue sem cessar, ao estilo daquela luta de contrários que magistralmente enunciou Mircea Eliade: onde o inimigo representa a encarnação das forças escuras do mal, e nós a luz da humanidade. Aquele guião de numa guerra a verdade ser a primeira vítima, se reproduz via facke new, a cada momento. Não importando nada a mentira a fabricar, nem medido a mal instaurado na sociedade (enquanto a incentivar ódio, medo, sede de vingança), sempre que atingir e danar ao inimigo. Uma vez esta semente abrolhar na sociedade, os partidários da morte, de qualquer tendência crescem – eliminando o caminho do meio, que conduz a evolução, realização e confraternização – os extremos se alimentam.

A quebra sistémica conduz, a este tipo de reações: os poderes na cima somente se preocupam com manter seu cetro – custar o que custar. Quando a gente acordar, o limite para a reação será já demasiado pequeno. Aqueles países e regiões que sonham com a independência, devem saber, que a independência não se pede, conquista-se. Quanto menor seja o margem, para criar um projeto unido, de todas as camadas sociais, interesses diversos e espectros culturais, menor a margem para conquistar a liberdade.

Um terceira via entre a luta pelo hegemónico, tinha de ser aberta. Mas com as sociedades entretidas no confronto, entre si mesmos, e os supostos contrário, o movimento pacifista global que poderia parar esta guerra fica enfraquecido.

O poder mercantil já esgotou seu tempo, ao igual que no seu dia o poder senhorial ou o sacerdotal. Os cidadãos que serviram a estes três poderes, em diversas fases da historia, deveriam agora tomar o comando. Mas por falta de evolução, instrução e verdadeira formação, não estão prontos para tal façanha.

Somente resta aos seres mais conscientes do planeta, em todos os campos, fazer frente comum em favor da paz – e pressionar com força para travar a hipótese de guerra.

Aguardando a América do Sul, depois de anos, serão muitos, de guerra entre irmãos, e tensa polaridade, que permite a potencias externas, tomar conta da riqueza do continente, diluam a velha inercia herdada da guerra fria: luta esquerda – direita e, sejam capazes de rumar juntos a favor da nova mudança em favor dum continente no Sul Americano do Hemisfério Sul, como novo centro, dum nova paradigma ao Sul, par uma Nova Humanidade…