A coisificação do Bolsonaro

Coisificaram o Jair Messias Bolsonaro. Agora ele não é o Jair Messias Bolsonaro. Ele é, nas palavras de Ciro Gomes, o Coiso. A coisificação de todas as coisas é a demolição da inteligência. E a coisificação das pessoas é a aniquilação da alma. Toda pessoa tendo um nome tem de, pelo seu nome, ser indicada, ou por algum apelido carinhoso, ou por um que, mesmo criado com o propósito de ridicularizá-la, a identifica. O Ciro Gomes deve ser chamado pelo seu nome de batismo, ou por algum apelido que conceberam para ele: Cangaciro, Coroné, Pangaré Paraguaio, ou outro do qual não tenho conhecimento. Mas as pessoas que chamam Jair Messias Bolsonaro de Coiso têm na cabeça uma coisa fétida em vez de um cérebro. É uma coisa danada de besta coisificar as pessoas, pois pessoas não são coisas, são pessoas, e, sendo pessoas, têm de ser tratadas como pessoas, e não como coisas. Que se coise todas as coisas que daqui alguns anos nenhuma coisa existirá, pois sendo todas as coisas coisas que valor as coisas têm? Nenhum. É preciso descoisificar as coisas, e, mais do que as coisas, as pessoas. Que valor se dá à vida humana se ela é só uma coisa? Nenhum. Ao se coisificar o Jair Messias Bolsonaro rouba-se-lhe a condição humana, sendo assim ele, sendo uma coisa, não tem vida, e não tendo vida, pode-se promover-lhe a aniquilação, afinal não se está acabando com uma vida, mas apenas destruindo-se uma coisa. Chamá-lo de Coiso parece algo sem importância, sendo Coiso apenas um apelido; todavia, não é: coisificá-lo é uma etapa do processo de desumanizá-lo. No princípio, os anti-Bolsonaro o caluniavam aplicando-lhe rótulos difamatórios (nazista, fascista, racista, etc.), agora, coisificando-o, suprimem-lhe a condição humana. E acabar com uma coisa não é assassinato.

Escrito em 20 de setembro de 2018.

Ilustre Desconhecido
Enviado por Ilustre Desconhecido em 10/02/2020
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