Bolsonaro pede calma. E xingam-no.

O presidente Bolsonaro pede ao povo calma e que não se deixe levar pela histeria. E xingam-no. Ora, queriam que o presidente se descabela-se diante das câmeras e clamasse aos quatro ventos: "O mundo vai acabar! Fujam para as montanhas!"? Irresponsável não é o presidente, como dizem; insensatos são os que o xingam e não o ouvem atentamente e não lhe seguem as orientações.

Escrevo um conto, para desenhar a história: há, nas prateleiras de um supermercado, cem unidades de um produto qualquer. Neste dia, os clientes do supermercado compram todas as cem unidades. O supermercado encomenda ao produtor cem unidades do produto, e no dia seguinte o produtor lhos envia, e os clientes do supermercado os compram. E assim segue a vida, dia após dia: Os clientes do supermercado compram cem unidades do produto, do qual o supermercado compra cem unidades, e o produtor produz cem unidades e as entrega ao supermercado.

Sigamos com o conto: Um dia, de repente, mais que de repente, os clientes do supermercado, aterrorizados, ao supermercado acorrem em peso, e procuram o produto, compram as cem unidades dispostas nas prateleiras, e pedem, melhor, exigem, mais. O supermercado faz as contas: precisa comprar, para atender aos seus clientes, todos desesperados, para o dia seguinte, duzentas unidades do produto, e entra em contato com o produtor, que lhe diz que tem condições de produzir apenas cento e trinta unidades, pois não tem meios de aumentar em cem por cento a produção, assim, tão rapidamente, de um dia para o outro. Seguem-se os dias seguintes, com as óbvias consequências: aumento do preço do produto, pois aumentou-se a procura, e a oferta, mesmo aumentada, não acompanhou o aumento do ritmo da procura; aumento do preço do produto; o desabastecimento. E esvaziam-se as prateleiras; e as pessoas desesperam-se. E ocorrem turbulências sociais. E o caos.

Fim da história.

Ora, o presidente Bolsonaro tem informações que os brasileiros não temos. E a sua equipe ministerial é de altíssimo nível, competente. O presidente Bolsonaro pede calma, pede serenidade, e esforça-se por transmitir paciência e firmeza. E é alvo de xingamentos. Ele, como chefe de estado, líder de todo um povo, sabe das consequências, más consequências, que podem advir de ações desesperadas de duzentas milhões de pessoas. Ele está antevendo, é certo, os prováveis cenários do futuro próximo, e um deles mostra o Brasil em caos. Infelizmente, muita gente - em particular os Odiadores Profissionais do Bolsonaro - tem no Bolsonaro um tolo, um irresponsável, e não o que ele de fato é: um homem responsável, correto e digno. Se lhe acolhessem as palavras, muitos brasileiros conservariam a calma e enfrentariam de frente, de peito aberto, mais uma ameaça ao Brasil; muitos, no entanto, capitularam, sucumbidos ao medo.