XEQUE! XEQUE MATE!!

Bolsonaro convidou Moro para uma partida de xadrez. Achou que iria ganhar, porque acreditava ser o dono do tabuleiro e das peças. Sabe o garoto que é o dono da bola e por isso começa ou acaba com o jogo conforme sua vontade? Ao que parece, Bolsonado achava que jogar xadrez seria igual jogar uma pelada no campinho, obviamente, com a bola dele! Assim, iniciou a partida de xadrez com Moro, crente que seria o vencedor pelas certezas que proclama incansavelmente. Porém, foi só jogando o jogo, que o presidente veio descobrir que Moro sabe jogar e conhece as regras. Já Bolsonaro, além de não conhecer as regras, - no máximo deve saber jogar damas -, não sabia que a peça mais frágil e ao mesmo tempo a mais importante do jogo, é o rei. O objetivo do jogo é capturá-lo, exatamente por ser a mais importante. Capturado, o jogo termina! Por isso, o rei deve ser protegido á todo custo, porque seus movimentos são limitados, razão de sua fragilidade. Já os seus maiores protetores (torre, bispo, cavalo, dama ou rainha) - os quais agora chamo de "ministros", têm movimentos ilimitados, podendo se movimentar em qualquer direção, exceto o cavalo, que se movimenta em forma de L, podendo ainda pular as outras peças do jogo. Já os peões, são soldados da linha de frente, e são as primeiras vítimas do oponente. Assim, os peões e os "ministros", devem trabalhar em conjunto, sempre em prol da proteção do rei. Por sua vez, a movimentação do rei consiste no deslocamento de uma casa na direção horizontal, vertical ou diagonal, desde que ela não esteja sob ataque adversário. Caso o rei ainda não tenha sido movimentado no jogo, é permitido realizar um movimento especial denominado "roque" (com uma das torres), com o que se pode protegê-lo, deslocando-o duas casas horizontalmente, caso estas casas não estejam sob ataque e o rei não esteja em xeque. Conforme se verifica, o rei não pode sair pelo tabuleiro fazendo aquilo que bem entende, porque seus movimentos são limitados, tal qual o dos peões! Em uma partida de xadrez, é essencial o raciocínio lógico e rapidez na tomada de decisões diante do problema apresentado pelo adversário a cada jogada. Assim, se o rei ficar sozinho, certamente será presa fácil e sucumbirá. As regras do xadrez, dizem que o rei, necessariamente, precisa de seus "ministros" (torre, cavalo e bispo), além da dama ou rainha e dos peões na linha de frente, para poder ser forte. Se o rei perder seus "ministros" e ficar apenas com seus peões, de nada adiantará, porque os peões não tem o mesmo poder para enfrentar os "ministros" do oponente. Estima-se, que o xadrez tenha sido inventado na índia no século VI e mantém praticamente as mesmas regras desde então! Já o modelo de xadrez praticado pelo presidente brasileiro, é jogado de forma a ser ele - o suposto rei -, a única peça importante do tabuleiro, ao descartar seus "ministros", porque crê que possui poderes únicos para mudar a regra do jogo. Bolsonaro ao que parece, acredita ser um suposto rei, que pode transitar a bel prazer por todo o tabuleiro, fazendo dele sua propriedade particular. Lêdo engano, até porque, nem mesmo a propriedade é absoluta! Trocando em miúdos, Bolsonaro, ao invés de fomentar a movimentação e a integração com seus “ministros” e peões, tal as regras do xadrez, prefere tê-los como oponentes. Já Moro, demonstrou sabe jogar o jogo e, quando deixou a Magistratura, já previa o que iria enfrentar. Ademais, o ex-ministro não é ingênuo! Muito pelo contrário, soube enxergar no convite para ser ministro, um "trampolim" para quem sabe, vir ingressar no STF. No entanto, a carreira política, possivelmente seria um objetivo também almejado por ele, caso viesse se aposentar como Juiz Federal. Inclusive, não podemos ser tolos, acreditando que Moro teria jogado fora a carreira de Magistrado, porque, diante da partida de xadrez do dia (24/04/2020), Moro provou que sabe discutir política! Eis aí, a explicação do silêncio do ex-ministro nos últimos tempos! Diferentemente de seu ex-chefe, está ganhando o jogo jogando, e não gritando tabuleiro afora! Moro já tinha "luz própria", e agora, poderá dar prosseguimento à carreira política. É claro, possivelmente buscando a presidência da república ou um alto cargo no meio político! Por sua vez, Bolsonaro, com todo respeito, não chegará á lugar algum ao tentar transformar seus “ministros” em peões, porque, tal qual no xadrez, o rei é presa fácil sem os seus "ministros".

Ademais, se todos os ministros se tornarem peões, talvez, o suposto rei queira a volta do absolutismo!

O arrogo do rei o está levando ao isolamento e a derrota, porque pensa que é o dono do tabuleiro.

Xeque!

O rei está em xeque e a próxima jogada, poderá resultar em derrota definitiva!

Xeque-mate!

Geraldo Cossalter
Enviado por Geraldo Cossalter em 25/04/2020
Reeditado em 30/04/2020
Código do texto: T6928065
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