Moro em casa

Sérgio Moro não aguentou a bronca. Pior do que terminar namoro por telefone, já que o presidente gosta dessas metáforas, o, ainda, ministro da Justiça convocou uma coletiva de imprensa (grande inimiga de Bolsonaro) para demitir-se. Numa, bem executada, tabelinha midiática, tudo foi muito bem pensado e posto em prática.

Bolsonaro já esperava tiro vindo de todos os lados, mas foi surpreendido por Moro, que caiu atirando, revelando graves acusações. O presidente também fez um pronunciamento, dizendo que previu uma traição de Moro. Em breve, saberemos quem se mantém confiável. Quando tudo se esclarecer Bolsonaro perderá a credibilidade restante ou Sérgio Moro manchará sua biografia.

Com a queda do ex-magistrado, Lula tem mais uma narrativa enfraquecida. A, suposta, suspeição de Moro, como juiz, desceu pelo ralo. Os advogados do ex-presidente vão ter que tentar outra chicana jurídica.

O ex-ministro da Justiça pode dar consultorias (reais), palestras (verdadeiras), lecionar e até reaparecer como político. Um aspecto foi perceptível, com essa demissão muitos ficaram felizes, outros ficaram desesperançados. Como eu torço pelo governo, porque torço pelo País, fiquei no segundo grupo. Resta acompanhar as cenas do próximo capítulo, e esperar que o Brasil saia dessa(s).

O governo vem resistindo a desastres (naturais ou não); ataques da imprensa, oposição e antigos aliados; fogo amigo; e, agora, uma pandemia. Os intervencionistas querem os militares no poder, sem se dar conta que isso já é uma realidade, tanto que a Presidência pode cair no colo de um general, Mourão.

Não saia de casa!

Está muito claro que o lockdown (confinamento) funciona para a classe média. Para quem pode o “fique em casa” é um domingo no parque prolongado. Netflix, home office, home schooling, ensino à distância, delivery e drive thru é para quem pode. Há muita diferença em ficar confinado em um amplo apartamento ou em uma casinha de quarenta metros quadrados. Na segunda opção é impraticável.

Quando sair dessa, o Brasil terá uma rara oportunidade mundial. Essa janela, pode ser chamada de freio de arrumação ou, como prefiro, relargada. Como no automobilismo, a amplitude entre o primeiro e o último colocado diminui. É a chance de ultrapassar ou o perigo de ser deixado para trás, na corrida entre nações.

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RRRafael
Enviado por RRRafael em 28/04/2020
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