BOM PRA CACHORRO?

BOM PRA CACHORRO?

VALÉRIA GUERRA REITER

Nestes dias descoloridos...

Não sei nem como estão os gatos do Parque do Flamengo, que há anos são tratados por pessoas que amam os animais, como eu também amo. O espaço é imenso, e os felinos estão sendo protegidos. Cresci em um lar, onde todos amavam e cuidavam dos animais: gatos, cachorros. E até um galo de estimação minha avó cuidou, ela trouxe de berço o amor aos animais: ela nascera na Alemanha, e me contava que diversas vezes apostava corrida com seu cachorro, um dia quase pisou no Rio Danúbio congelado... na ânsia de chegar na frente do seu “fiel escudeiro" em sua casa. O seu cãozinho quase todo dia ia lhe esperar na saída...

“ God nunca te esquecerei” virou conto (classificado) em Antologia da Perse Editora no ano passado, e nasceu como homenagem a meu último gato, que desapareceu, me deixando mui triste: O Godzila.

Bem, eu reafirmo: amo animais, assim como também zelo por toda a natureza, dentro da zona limítrofe que me sobrou, no rastro do descaso atual para com tão nobre “senhora” que como a etimologia expressa: “nasceu para gerar força”.

Porém, esta semana houve um fato que me deixou perplexa e pesarosa, ao mesmo tempo: um cãozinho foi levado a uma reunião na Casa da governança federal, pelo então presidente do país. O ato me fez lembrar do Imperador romano Calígula. Para quem não sabe o imperador e militar, a época de sua gestão imperial em uma Roma D.C., nomeou Incitatus, seu cavalo predileto: como senador. E isso depreciou em muito os membros do Senado romano (nem todos amam os animais).

"Sansão", nome do representante da espécie Canis familiaris, fez “caras e bocas” durante a solenidade, em que o ilustríssimo chefe maior: intensificou com rigor as “sanções” a quem destratar animais. Nada contra, reafirmo: fico alegre de pensar que o ser humano precisa muito respeitar estes seus “irmãos”, como bem apregoava São Francisco de Assis; apenas vejo que a contradição é cada vez mais gritante nos meandros de esta governança. As baixas no bioma da Amazônia e do Pantanal foram acachapantes. E ademais, percebo que mesmo com toda legislação vigente em prol dos animais, inúmeros casos de extrema violência contra eles ainda ficam impunes e invisíveis à sociedade. Em relação a “velha/nova" lei sancionada no dia 29: espero que seja cumprida.

No entanto, (considero e observo) que bastava que a Lei federal 9.605/98, conhecida como Lei dos crimes ambientais fosse respeitada, e nenhum ato ou lei a mais precisaria se sancionado, como aparente divisor de águas, para “atirar areia nos olhos” de desavisados, a fim de angariar plateia e votos. Esta espetacularização que ocorreu no Palácio do Planalto, em Brasília não apagará as manchas de sangue do tapete da República; afinal desfrutamos de uma era de impunidade declarada: Da morte do mestre Moa, perpassando pela morte de animais e vegetais “incinerados” no (Pantanal e na Amazônia) até a morte de Marielle Franco e seu motorista.

A inocência de Sansão é notória; porém Leis e normas (com suas brechas) são mais para inglês ver...

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Valéria Guerra
Enviado por Valéria Guerra em 05/10/2020
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