O Brasil mergulhado no obscurantismo
O Brasil a cada instante, mostra se mergulhado num Fascismo Cultural.
Aceitamos que pessoas de confissão neopentecostal se arvorem, na nossa cara, a classificar o que é e o que não é “de Deus”, com o propósito de demonizar outras religiões, principalmente as de matriz africana.
Não estranhamos o fato de 54% da população ser declaradamente negra e mesmo assim não ocupar espaços de lideranças e chefia. Esta mesma população estará entre os mais miseráveis dos mais miseráveis e são os mais desassistidos pelas políticas públicas, morando e vivendo nas piores condições de vida, diga se; abandono e esquecimento. Sem contar a urgência do debate sobre o racismo estrutural, ou a falta dele nas repartições publicas - reflexo claro e inequívoco da herança maldita dos tempos da escravidão.
Aceita-se que a polícia só reviste pobres e não brancos; que as pessoas sejam destratadas nos serviços públicos, incluindo hospitais, que populações inteiras não sejam consultadas sobre matérias vitais para elas, incluindo despejos e remoções, que vejamos crianças pedindo esmolas e fora das escolas sem que o Poder Público tome qualquer iniciativa, que as populações de rua não tenham onde evacuar ou onde obter água potável e higiene pessoal, que os nordestinos sejam tratados com discriminação no Sudeste, que as empregadas continuem sendo obrigadas a subir pelo elevador de carga e a comer, mesmo em muitos lares de esquerda, na cozinha, dentre outras mazelas que compõem o fascismo cultural entranhado no Estado brasileiro como doença maligna desde sempre e… em nós. É a dimensão éticomoral desse fascismo cultural.