“Escolha difícil"

O maior erro de cálculo da história brasileira ocorreu nas eleições de 2018. Na ocasião, falava-se de uma "escolha muito difícil"... seria escolher entre o deputado Bolsonaro, que glorificava a violência, ("tem que matar 30 mil", "vamos fuzilar a petralhada", "ter filho gay é falta de porrada", etc.) e o professor universitário, ex-ministro da Educação e esquerdista moderado Fernando Haddad.

A grande mídia brasileira e todo o “gado” erraram no cálculo. O plano era derrubar Dilma Rousseff para obter um governo neoliberal de centro-direita. Mas o tiro saiu pela culatra. O golpe constitucional contra Dilma havia aberto a caixa de Pandora, e quem saltou dela? Um dos piores males de todo o mundo, um homem perverso que esteve no Parlamento por 30 anos e não fez nada além de produzir tiradas de efeito, insultar as pessoas e colocar seus filhos na lucrativa política brasileira.

Para justificar essa decisão fatal, lançaram mão da falsa analogia. "Bolsonaro e PT são iguais, mas Bolsonaro merece uma chance." E ofereceram o Brasil na bandeja para um extremista experimentar. E como o Brasil se deu mal com a experimentação!!!

Claramente, nada se aprendeu, apesar da catástrofe brasileira do coronavírus, com mais de 350 mil mortos, que também pode ser atribuída ao maldoso presidente. Fingem que não há diferença entre a carreira de Lula e suas décadas de luta social e política, e a não exatamente notável carreira do presidente capitão, que por décadas empanturrou-se na gordura da política brasileira.

Negam-se os avanços da área social e econômica no governo Lula e, ao mesmo tempo, fecham-se os olhos para as monstruosidades acometidas pelo chefe do Planalto com seu projeto armamentista ou suas fantasias totalitárias.

“Lula tem visão de país; o outro enxerga apenas o próprio umbigo”

disse Rodrigo Maia. Mas, Maia também cometeu um erro: por que comparar Lula e Bolsonaro? É impossível negar as diferenças fundamentais entre Lula e o atual presidente. Mas a mídia insiste em equipará-los. É como se afirmassem não haver diferença entre Ronaldinho Gaúcho e meu vizinho jogando futebol. Ambos buscam a bola, têm a mesma meta: buscar o gol... mas não são similares.

Enquanto um é reconhecido mundialmente, fez centenas de gols, já viajou pelo “mundo inteiro”, o meu vizinho “peladeiro” é um tremendo “perna de pau” e nunca viajou mais de 150 km por toda sua vida.

Nália Lacerda Viana, 13 de abril de 2021

Nalia Lacerda Viana
Enviado por Nalia Lacerda Viana em 13/04/2021
Reeditado em 18/04/2021
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