A LAVA JATO E A HIDRA II

A Hidra já tinha recuperado suas cabeças e reposto seus níveis de veneno e ódio, Michel Temer tinha iniciado o processo de “acordo geral” negociando o impeachment com o Lewandoski e tentando isolar o PT no porão da Lavajato e posar de inocente donzela.

A maiorias das cabeças petistas da Hidra, englobando seus políticos, militantes, redes, jornalistas “progressistas” e a temível cabeça sindicalista CUT em sintonia com o petista Dieese, passam a explorar as consequências econômicas negativas da repressão à sangria da corrupção, divulgando subliminar e. até abertamente, que os culpados seriam os que procuravam erradicar a praga, os agentes da Lava Jato.

Em 2018, aparecem várias publicações críticas à Operação e, por tanto, lenientes com o status quo anterior, mas é um livro do Jornalista Valfrido Warde, O Espetáculo da Corrupção, que sem tentar ocultar as tendências ideológicas do autor, expõe didaticamente fatos e consequências da corrupção pública nacional e tenta construir novos métodos menos dolorosos no combate à praga endémica, que, sorrateiramente deturpado pela Hidra, acende e alimenta novas teorias da conspiração no sentido de um complô internacional para junto com a Lava Jato destruir a economia do país.

09/06/2019, o Intercept, jornal virtual do jornalista americano, Glenn Greenwald, de inequívoca orientação esquerdista, voltado para turbinar a carreira política de seu marido, David Miranda, suplente de deputado federal do PSOL, publica gravações ilegais de mensagens trocadas pelos membros da Lava Jato, a Hidra estremece de prazer, o Juiz e os promotores se comunicavam fora dos autos.

A total disfunção no combate à pandemia e o atrito entre os Poderes, leva seus presidentes a formular um plano de cooperação e não agressão, que fica conhecido como o Pacto dos Três Poderes, que pela incontrolável agressividade política do chefe do Executivo não tem nem duração nem resultados práticos, a não ser pela agenda oculta, aquela que tratava das sequelas deixadas pela investigação do Coaf sobre transações irregulares das esposas dos ministros amigos do amigo, Gilmar e Toffoli, e o pretendido pacto de governabilidade se torna o Acordão da Impunidade, que balizaria a futura blindagem legislativa da Hidra, nem Jucá, sonhou tão alto.

Era o ambiente amigo que a mais categorizada cabeça da Hidra, o STF, esperava, com seus sete agradecidos ministros petistas, num passe de mágica, devolveriam a “pessoa mais honesta deste mundo” à política e aos negócios e a imprensa mundial repercutiu a liberdade do ex-presidente e o automático declínio do combate à corrupção.

Essa poderosa cabeça da Hidra faria o serviço completo, depois da anulação do processo do Triplex pela esdrúxula “incompetência territorial” fruto de um sonho de uma noite de verão do petistas Fachin e a suspeição atribuída ao juiz Moro no referido processo e estendida fraudulentamente pelo xerife Gilmar, o caminho estava aberto para sonhar com o glorioso e impossível epíteto de INOCENTE.

A Hidra não respeitava mais nem o Presidente, aquele do “no meu governo não tem corrupção” começou a cercá-lo com as 594 cabeças congressuais, “Chefe, a presença do Juiz tem atrapalhado os negócios” colocando-o numa sinuca, “está certo que a campanha do PT e do Intercept tem debilitado a popularidade do homem, mas como chutá-lo? é complicado” mas a malícia de 28 anos de aprendizagem se fez presente e a desautorização das competências de um chefe sério foi mais do que suficiente, em 24/04/2020, Sérgio Moro pede demissão, pega seu boné, toma banho prolongado e vai flanar em ambientes menos fétidos.

Desempregado e desiludido, ainda bem que houve o oportunismo da empresa de compliance, que o recrutou e afastou da pátria injusta e incompreensiva, assim mesmo contrariando uma maioria de filhotes da Hidra que que queriam vê-lo comendo marmitex e implorando por um vale transporte. Mas... quando começava a ficar esquecido, ele voltou, e aí...