LULA? DE NOVO?

Segundo as recentes pesquisas, Lula se elegeria com 52% dos votos, contra Sérgio Moro e com 53% contra Bolsonaro. Para buscar explicação para o fato, teremos que dar uma olhada nos méritos do favorito que justifiquem os números.

Imigrante nordestino, aprendeu a profissão de torneiro graças à persistência de D. Lindú, que não queria os filhos seguindo a conduta do pai, mas não era fácil controlar o rapaz, ele gostava de futebol e boteco, muito mais do que de oficina ou fábrica, e desde logo não conseguia mostrar caráter algum, era matreiro, falso e irresponsável, senão vejam o caso da perda do dedo, quando ele jogou a culpa no eletricista por ele, com sono e umas pingas a mais, esquecer de puxar a mão de dentro da prensa.

Malandro, inteligente e sedutor, qualidades básicas para triunfar como vigarista, logo viu que ser sindicalista era mais leve do que operário e lá foi ele, prometer o céu na porta da fábrica, e ganhar o pão com o suor dos “cumpanheiros”. O pão, as cachaçadas, os churrascos e os fins de semana em Santos.

Daí para a frente, foi um passeio de circunstâncias e consequências, peleguismo disfarçado, negociação secreta de greves, confiança oculta do empresariado, prisão combinada com o amigo Tuma, troca de mordomia por nomes e, finalmente, a escolha de seu nome, pelo oráculo da ditadura, Golbery, para líder sindical confiável, depois premiado com uma aposentadoria como perseguido político. Naquele tempo, o Brasil já era uma piada.

Astuto e velhaco, como macaco velho, logo entendeu os fundamentos da politicalha brasileira e que sua ambição, cinismo e falta de escrúpulos o habilitavam a grandes voos, pelo que embarcou na campanha das Diretas Já e na fundação de um partido de forte apelo popular na linha do trabalhismo, o PT.

O PT, fundado por intelectuais, trabalhistas históricos, religiosos de esquerda e perseguidos políticos, sonhadores na sua maioria, foi logo dominado pela esperteza do Lula, que saiu como seu primeiro presidente e os ideólogos que sonharam com a redenção do proletariado e a evolução da sociedade foram ficando pelo caminho, desiludidos e envergonhados do Lula, que rapidamente transformava o sonho num projeto de poder, aparelhamento e riqueza. Francisco Belfort, Hélio Bicudo, Paulo de Tarso Venceslau, Frei Beto, o exemplar Plínio de Arrudas Sampaio e o sociólogo, Francisco Oliveira, que deu a definição do fim da utopia “Lula é muito mais esperto do que vocês pensam, Lula não tem caráter, é um oportunista”

As três tentativas, frente ao Collor e ao Fernando Henrique, não deram certo por excesso de arrogância na postura radical, na avaliação do eleitorado, mas em 2002, ele lembrou de seus velhos amigos ocultos, os empresários, e foi pedir arrego, a eles e aos bancos, e com a Carta aos Brasileiros na praça e um tradicional empresário mineiro a reboque, na vice, foi só partir para o abraço, o eleitorado tinha, finalmente se compadecido do pernambucano teimoso.

Já no primeiro dia, ele diz para que veio, beber Romaneé Conti, vestir Armani e comprar todos os diplomas Honoris Causae que estivessem à venda. Aconselhado pelo Capital, não o do Marx, o da Faria Lima mesmo, ele teve o bom senso de montar um sólido tripé governamental, Guido Mantega, Celso Amorim e Henrique Meirelles, o que aliado aos bons ventos da economia mundial e à demanda crescente das commodities, possibilitaram, no embalo da popularidade por alguns programas sociais bem sucedidos, cair na rotina de lesar impunemente o povo brasileiro e burilar uma imagem de estadista.

O escândalo do Mensalão e seu julgamento escancararam a realidade oculta, o aparelhamento do Estado e a compra dos, sempre à venda, “representantes do povo”. A lama atingiu o núcleo do imaculado PT, que se revelou uma autoridade do fisiologismo, mas seu dono e senhor, revelando mais uma vez sua infinita hipocrisia e inigualável cinismo, safou-se com o histórico “Eu não sabia”.

Por conta do raciocínio falho “Vamos deixar ele sangrar até a eleição” o velhaco deu a volta por cima, por cima do “Picolé de Chuchu” e por cima do distinto público ingênuo de sempre, voltando para um segundo mandato firmemente disposto a não ser pego com boca na botija de novo.

O crescimento econômico da China e da Índia turbinaram as exportações e o PIB, dando a cobertura financeira para o metalúrgico que quis ser estadista e bilionário ao mesmo tempo. Bilhões, muitos bilhões, mais de quinhentos do dizer dos mais prudentes, do patrimônio daquele público ingênuo de sempre, foram distribuídos, através do BNDES, para ditadores amigos de Venezuela, Cuba, Nicarágua, Gana, Angola e Moçambique, para empreiteiros cúmplices e petistas corruptos, numa ação entre amigos internacional nunca vista, enquanto no país se abandonava a industrialização e a tecnologia, passaportes para o futuro de nossos filhos e netos.

O desfecho da história do poderoso chefão tupiniquim, todos a conhecemos, o Petrolão, o maior esquema criminoso montado por um partido posando de popular, progressista e amigo dos pobres, deve ser por isso, que tentaram ampliar o círculo de amizade. Indiciado, processado e condenado COM AMPLAS PROVAS, já que nunca vi ninguém devolver dinheiro para provar sua culpa e a de seus cúmplices nos crimes cometidos, ele foi parar na cadeia, com justiça, não por ser corrupto, que isso é esporte nacional, mas por traidor da Pátria e do povo que acreditou nele.

Dilma, Temer, Bolsonaro, inflação, insegurança alimentar, tragédia social, insegurança jurídica e incerteza no futuro, são consequências da tua traição, Lula, e de ninguém mais, vai desfrutar dos milhões que a quebra do Banco do Espirito Santo não carregou e deixa de eludir mais uma vez esse 52% de ingênuos que gostam de sonhar e apanhar. Vai em paz, os teus sete afiliados do STF garantem teu sossego.

Um Velho na Janela
Enviado por Um Velho na Janela em 22/12/2021
Reeditado em 24/04/2023
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