A DENÚNCIA

 

Aquele que diante do crime se cala, cúmplice é! Pois, diante de tão numerosos e variados crimes, cotidianamente perpetrados contra o povo brasileiro, meus concidadãos, não pretendo ser cúmplice e não havendo mais instâncias confiáveis para a defesa dos direitos humanos e civis, faço publicamente meu protesto e denúncia.

Eu acuso o Governo Bolsonaro: De incompetência por não ter segurado a deterioração sócio econômica do país, não ter controlado a inflação nem diminuído o desemprego e mantido o valor de nossa moeda; Eu o acuso de miopia geopolítica e leniência, por ter deixado a imagem do país se apequenar aos olhos do mundo e os índices de transparência, educação, corrupção e QI médio, terem se deteriorado vergonhosamente; Acuso de irresponsabilidade administrativa e funcional por permitir que elementos estranhos ao Serviço Público tenham atuado em ações e omissões de setores governamentais, mormente, Saúde e Comunicação, influindo nos resultados de gestão, de acordo com suas ideologias e interesses particulares e espúrios; E acuso, finalmente, esse governo de subserviência a um presidente irracional, que qual uma “biruta” nunca ofereceu objetivos e rumos definidos, e que pautou sua atuação pela contínua fabricação e propaganda de realizações nunca comprovadas, e promessas, muitas promessas.

Eu acuso: Individualmente, Jair Messias Bolsonaro, por estelionato eleitoral, as provas estão no meu texto “O estelionato”; Eu o acuso de crime de responsabilidade pelo inúmeros ataques ao Estado de Direito e tentativas de subversão da ordem pública; Eu o acuso de aparelhar instituições de Estado por amizade, cumplicidade, proteção familiar e perseguição de adversários políticos; Eu o acuso de improbidade administrativa por remanejar recursos de rubricas básicas de gestão nacional para verbas de propaganda para uma campanha eleitoral, de quatro anos, pela reeleição; Eu o acuso de homicídio culposo coletivo por ter, junto com dois ministros da Saúde, motivado pela pretensão ególatra de derrotar a pandemia, sonhando, na sua esquizofrenia delirante, com um futuro Prémio Nobel de Medicina ou Paz Mundial, por delírios de charlatanismo, receitando medicamentos ineficazes, insuflado por escuros e oportunistas negacionistas, párias da área médica, atrasado e dificultado medidas mais eficientes de controle, prevenção e terapia da Covid 19; Eu o acuso, Jair, de estar disputando com a Rússia o primeiro lugar de mortes por casos de Covid;  Eu acuso, finalmente, o Presidente, por crime de lesa-pátria, por ter atentado contra a nossa democracia, a Federação e a liberdade de imprensa, por ter disseminado o ódio entre brasileiros e por ter ajudado na tarefa, de governos anteriores, de roubar o futuro de nossos brasileirinhos.

Eu acuso, isoladamente: A ministra de Agricultura por superproteger excessivamente o setor produtivo do Agronegócio, com vistas a um apetitoso apoio financeiro em futuras aventuras eleitorais, e fechando os olhos às contínuas agressões ao meio ambiente, ao uso excessivo de agrotóxicos e à ausência de uma política de estoques de segurança e regulação fiscal das importações que teriam evitado o brutal aumento dos preços da cesta básica e a crise de insegurança alimentar que infelicita o país, resumindo, uma gestão voltada para a Casa Grande em prejuízo da Senzala; O ministro da Economia por “orgulho e preconceito” contra o interesse dos humildes, tendo gerenciado os recursos e oportunidades do país, exclusivamente, em favor do seu berço de origem, a Banca e o Capital Especulativo, sem justificativa plausível, a não ser estelionato ou incompetência total e absoluta; O ministro da Educação por crime de lesa-pátria, por aceitar a sonegação dos recursos para a educação básica de nossas crianças; E o ministro da Casa Civil por tê-la transformado numa Bolsa de Valores, onde se negociam os recursos das rubricas naturais da gestão nacional, para comprar mordomias, impunidade, verbas secretas, futuros mandatos e tratores, muitos tratores.

Eu acuso as Forças Armadas Brasileiras de não serem uma instituição armada defensora da Nação, mas de uma tal de Pátria, elitista, formada por interesses políticos, corporativos, ideológicos e, principalmente, econômicos, onde o “povo” só entra a cada quatro anos como fornecedor de voto e justificativa “democrática”.

Eu acuso o Poder Judiciário Brasileiro: Por ser um monumental engodo e fraude institucional, administrando “justiça” baseado numa Lei elitista, garantista, promotora da impunidade para a classe dominante e madrasta dos humildes; Por ser dissociado da realidade dos jurisdicionados pelo elevado nível socioeconômico de seus titulares ávidos por mordomias e supersalários; Por ser venal e promíscuo com escritórios de advocacia de amigos e familiares; E por expor a Justiça Brasileira ao escarnio da comunidade jurídica internacional, pelo explícito desprezo pelos institutos da “suspeição” e do “impedimento” e a constante manipulação da jurisprudência para auxiliar amigos e padrinhos, e execrar desafetos.

Eu acuso Legislativo Brasileiro, nos seus três níveis: Por enganar e explorar o povo brasileiro; Por trapacear a cada quatro anos, vendendo-lhe promessas e ilusões que nunca se realizaram e nunca se realizarão; Por aprovar orçamentos direcionados a “obras” de cúmplices do Executivo, cujos pixulecos serão divididos depois; Por legislar matéria penal em causa própria para dificultar a fiscalização e garantir impunidade nas suas práticas criminosas contra os recursos públicos e o interesse nacional; Por legislar em matéria eleitoral para facilitar a reeleição e impedir o acesso de novos parlamentares à divisão do bolo; Por prevaricação, por não cumprir sua função de fiscalização do Executivo a troco de suborno na forma de cargos e verbas; E, final e genericamente, por ter subvertido sua missão de representante e defensor do povo, em Explorador do Povo.

Eu acuso, a mídia nacional, em todas suas vertentes, por prostituição dos princípios elementares da informação, por influências ideológicas editoriais e a troco de verbas oficiais e perdões fiscais.

Eu acuso, as organizações religiosas de todos os credos, de manterem seus fiéis alheios à realidade sociopolítica e, ainda, exauri-los economicamente.

Eu acuso, a advocacia nacional de exacerbar-se nos meios de defesa, quando a serviço dos poderosos, frustrando a justiça e convertendo as vítimas em virtuais réus.

Eu acuso, finalmente, as elites sociais, econômicas, académicas e religiosas do país, de leniência, passividade, indiferença e cumplicidade com o atual estágio de corrupção e deterioração socioeconômica e moral de um país regido por lógica criminosa.

Para encerrar, eu não seria sincero se não reconhecesse e prestasse homenagem às numerosas exceções representadas por todos os indivíduos inseridos em todas as categorias citadas, que pelas suas qualidades pessoais de dignidade, moral e honestidade, flutuam acima do “mar de lama” e desempenham suas funções com correição e altivez, sendo o orgulho de seus familiares e concidadãos. O Brasil agradece!

 

 

 

 

Um Velho na Janela
Enviado por Um Velho na Janela em 07/02/2022
Reeditado em 07/02/2022
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