CONSIDERAÇÕES E SUGESTÕES DE CAMPANHA

Antes de tentar expor meus “palpites” a respeito da campanha eleitoral de Sérgio Moro à presidência da República de 2022 e, principalmente, antes de alguém dispor-se a lê-los, será bem conveniente e complementar dar uma olhada nos meus Textos de Política no Recanto das Letras, fundamentalmente, na série Justiça X Poder até A Lava Jato e a Hidra – Reflexões, para colher as informações, motivação e embasamento que contextualizam as ideias que pretendo expor aqui e que, de outra forma estenderiam e dificultariam a síntese do arrazoado.

(https://www.recantodasletras.com.br/autores/francismoreno)

O Porquê da Candidatura

Desconheço as razões intimas do candidato para enfrentar tal empreitada e acho que não cabe a mim ou a qualquer outro analisa-las, mas a realidade é que a candidatura está posta, por um partido pequeno cujo nome de proa é o Sen. Álvaro Dias, personagem símbolo de capacidade administrativa e correição política e moral, e apoiado por modesto número de funcionários dignos e conscientes do descalabro sociopolítico nacional, assim como uma reduzida parcela do eleitorado que, igualmente conscientes dos reais danos da corrupção, sonham com a volta da Lava Jato, tudo isso dentro da lógica de uma 3ª Via, esta sim, ineludível para tirar o País do atoleiro institucional e evitar o colapso democrático, eu diria.

As Dificuldades da Candidatura

O Juiz Moro, na sua atividade judicante, atingiu muitas cabeças da Hidra, que é como eu denomino o Sistema Corrupto Nacional, e cabeças importantes, com numerosos cumplices e candidatos a integrar a Hidra, os quais, como é lógico e natural, a partir do 10 de novembro passaram a hostilizar o Candidato com todas as armas e munição ao seu dispor.

Mas vejam, não são estes os mais perigosos inimigos do Candidato, pois além de serem óbvios, são vulneráveis por serem facilmente identificáveis e terem suas culpas registradas ou pelos anais da Justiça, ou pela imprensa, ou pela memória do povo.

Os inimigos mais mortíferos, são os ocultos, aqueles que não foram atingidos diretamente, mas fazem parte da Hidra e tremem só de pensar em um renascimento das investigações, processos e condenações, são eles os artífices e incentivadores sorrateiros que alimentam e orquestram a campanha de destruição do Juiz, é deles o slogan “queria criminalizar a política” são eles que tem assustado o empresariado e bancos sugerindo medidas draconianas de fiscalização e controle, além do infalível argumento de que “moralidade demais, atrapalha os negócios”. Resumindo, eles tem propagado o medo sobre o que significaria um governo de legalidade e justiça para um sistema corrupto que funciona tão bem para políticos, funcionários corruptos, juízes venais, advogados 5 estrelas, empresários sonegadores, banqueiros agiotas, pastores exploradores da fé e empresários da grande imprensa conivente, é uma força avassaladora que não pode ser enfrentada de peito aberto, têm que ser usadas suas próprias armas.

Não fosse a oposição da classe política e elite administrativa, empresarial e financeira, há as consequências práticas da animosidade da Hidra, a falta de estrutura partidária e mediática, e de financiamento para uma campanha competitiva.

Essas limitações todas, inviabilizam o que, no meu elementar entendimento, seria a pedra de toque da 3ª Via, uma chapa com uma equipe de governo semi-pronta e um projeto bem definido, algo bem complicado de obter quando olhamos a realidade partidária nacional, bem antagónica nas suas práticas políticas ao novo modus operandi pregado pela nossa candidatura.

Novamente resumindo, há um muro bem extenso a desmontar, tijolo por tijolo, e uma Hidra enfurecida, destilando ódio e mentiras, com muitas cabeças a cortar, ou pelo menos, a anestesiar.

O Agenciamento de Recursos

Neste assunto sou totalmente leigo, há mais de 40 anos que não visito um gerente de banco, graças a Deus, mas acredito que a técnica continue a mesma até para os potenciais apoiadores económicos de uma campanha presidencial, não demostrem ansiedade, deixem claro que estão lhe oferendo uma deferência do futuro Presidente, sem números, sem datas, sem compromissos formais, não sejam modestos, em nenhum momento se refiram à futura vitória no condicional, mas deixem explícito que também, os que não colaborarem, serão eternamente lembrados. Resumindo, sejam venais, ao final, eles pensam que estão comprando alguma coisa, vendam caro, se o Candidato sentir escrúpulos em participar, para isso está o Vice, ou então um político veterano de muitas campanhas e um gerente de banco aposentado, a missão é arrancar grana, sem grana não há eleição.

Apoio Partidário

Aqui, mais uma vez, eu me manifestarei sensitiva e empiricamente, já que nunca atravessei a porta de um partido político, mas, com certeza, conheço estórias e mais estórias para atrever-me a emitir algum palpite.

É inegável que a candidatura do Dr. Moro precisa, vitalmente, um partido com estrutura estadual e municipal para divulgar a campanha e acarrear os votos necessários para a vitória, coisa que, infelizmente, o digno Podemos, em qualquer cenário imaginável, não conseguiria, agora, aí está o Nó Górdio da candidatura ou campanha, como queiram.

Parece, pelo noticiário, que já há uma noiva com um dote apreciável, União Brasil, filha de um casamento de interesses entre PSL e DEM, genitores nada recomendáveis moralmente, mas trazendo ao arranjo exuberante dote de governadores, prefeitos e parlamentares e uma história pregressa não muito edificante, mas nada que muito dinheiro e propaganda não suavize, o problema é o escambo, a dama de honra para levar as alianças, a Vice-Presidência, Luciano Bivar!

Não tenho nada de mais grave para opor ao nome de Luciano, só que, nem nos meus mais sombrios pesadelos ou psicodélicos sonhos, consigo vislumbrar Moro e Bivar tomando posse, além de tremer só de imaginar a carnificina que as hostes bolsonaristas fariam com o nome de “dois traidores covardes” seria fornecer munição gratuita e de boa qualidade ao inimigo.

Há na praça uma outra noiva rica, já divorciada, mas especialista em casamentos arranjados, não sei até que ponto teria interesse neste “noivo” mas seria o caso de botar as alcoviteiras para assuntar. Deixando de lado as analogias, não vejo como analisar a candidatura Moro sem considerar a possibilidade MDB.

Entendo que moristas, lavajatistas e eu inclusive, levem um susto, mas como de longe não morde, temos que considerar os prós e contras friamente, o dote político seria pesadíssimo, a impoluta agremiação dividiu com o PT, as honras da lista do Setor de Operações Estruturadas e dos autos dos processos da Lava Jato, mas os ataques de gado e mortadelas, por um incidente de cumplicidade, não poderiam ser muito intensos, claro o Dr. Moro teria que deixar de tomar banho e criar casca de jabuti, mas...em câmbio, viria de lambuja a Lâmpada de Aladim, Senadora Simone Tebet, Vice-Presidente eleita em 02/10/22.

Eu tenho um sonho, uma luz iluminando o comando da campanha para tampar o nariz, fechar com o MDB, e lançar um paladino da justiça e um mulher bonita, inteligente e carismática para, juntos, no dia dois de outubro, eleger-se no 1º Turno.

Concluindo sobre esse tópico, a realidade é essa, a candidatura precisa de um apoio partidário para ter chance de passar ao 2º Turno, os dois partidos mais qualificados numericamente, são os expostos, e se quiser alguma chance de vitória terá que compor com um deles e formular como equacionar o passivo político que eles arrastram, União, passivo um pouco mais leve, chance eleitoral menor, MDB, passivo mais pesado, porém menos vulnerável e maior chance eleitoral.

Cobertura Midiática

Fator decisivo na colheita de votos e formatação das esperanças num novo governo, a Mídia, aparentemente, uma atividade cidadã de informação num regime democrático, mas na realidade, uma prática comercial de dificílima gestão entre os interesses cívicos, políticos, editoriais e os meramente mercantis, pelo tanto, associados aos da Hidra, tem adotado, ultimamente, por causa desse interesses conflitantes e futuro incerto, uma postura dúbia e até contrária à nossa candidatura em favor de outra, de velha, conhecida e poderosa cabeça da Hidra.

Projeto e Promessas

Se diz que a melhor promessa é aquela que o público alvo quer ouvir, mas no meu entender, só se for factível, pois o não cumprimento ou sua deturpação futura, no caso de campanha eleitoral, pode apresentar ônus excessivo.

Tentar quebrar a polarização da atual campanha, pregando um projeto de governo progressista, reformista e pacificador, será fundamental, assim como, na área económica, explicitar medidas que busquem e possibilitem a criação de empregos.

Sugerir, mais ou menos concretamente, conforme a disposição e viabilidade de implementá-las, medidas estruturais que venham a corrigir as atuais disfunções constitucionais e institucionais que inviabilizam o normal estado de direito, o exercício pleno da democracia, a distribuição equânime de justiça e a própria justiça social, será altamente produtivo na faixa mais esclarecida e consciente do eleitorado.

Alguns exemplos dessas sugestões, explícitas ou subliminares, poderiam ser: Uma nova Constituição elaborada por assembleia exclusiva, constituída por próceres da sociedade, representativos dos diferentes setores da mesma e escolhidos pelo povo, com a coordenação da Justiça Eleitoral e a condicionante de longa quarentena para cargos eletivos; Na total impossibilidade política da medida anterior, uma revisão minuciosa da atual Carta para extirpar toda matéria com sombras de “causa própria” “privilégios” e “habeas corpus” para corruptos; O fim da reeleição, medida urgente e condicionante para a recuperação da eficiência político administrativa do país; Mudança radical nos procedimentos de escolha de ministros e juízes de tribunais superiores, e do PGR, suprimindo radicalmente a interferência de autoridade que possa vir a ser réu ou investigado por algum dos indicados; Racionalização das estruturas administrativas, nos seus três níveis, e equalização e otimização do custeio da máquina pública; Redução do aparelho parlamentar, nos seus três níveis, mesmo sendo o símbolo da democracia, não é a quantidade de membros de uma assembleia que determina o acerto de suas decisões e sim a inteligência e qualidade de caráter dos votantes; Consequentemente ou, precedentemente, o número de partidos políticos, teria que ser drasticamente reduzido, ainda mais, se consideramos que o leque ideológico nacional ficou limitado a “gado” “mortadelas” e “isentões” Uma ideia do ridículo de nossa exuberância partidária, poderiam vislumbrar no meu “Meu Pé de Jabuticaba – Galho I” no Recanto.

Já, quando raciocinamos em eleitorado das classes c e d, AS QUE ELEGEM, a coisa fica mais complicada para uma candidatura como a nossa, com um quê de elitista, que certamente será turbinado pela oposição, aliás já teria visto por aí, senão me engano, na Folha, de que essas classes teriam receio do Juiz, por associá-lo a polícia, justiça, sempre injusta com o pobre, ou autoridade opressora. Essa é uma realidade dura, porque teremos que dobrar essa impressão com paciência, astúcia e inteligência.

Temos duas premissas basilares, a campanha Moro é fundamentada no seu desempenho na Lava Jato e na necessidade imperiosa de acabar com a corrupção endémica para salvar o país, e a percepção dessa realidade por parte da faixa c e d do eleitorado é zero. Corrupção para esses eleitores é “coisa do Governo” e se eles estão roubando “é do Governo”, resumindo, eles não identificam os danos da corrupção como prejuízo pessoal, então eles não vão entrar em briga de candidato contra o Governo, porque eles não conseguem entender os recursos públicos como recursos próprios.

É por isso, que idealizei uma estratégia eleitoral em que, se esses eleitores, que são maioria, não entendem nossa mensagem, por técnica e complexa, vamos a explicitá-la, vamos a demonstrá-la, coloquemos uma equipe para pesquisar os números da corrupção nos últimos anos e transformemo-los em benefícios sociais que deixaram de ser disponibilizados à população, casas populares, salas de aula, merenda escolar, saneamento básico, asfaltamento, camas hospitalares, remédios, mortes por falta dos mesmos, etc., divulguem, divulguem, informem por saturação, demonizem, satanizem, não se constranjam, todo corrupto é um assassino potencial, não merece ética nem piedade e o povo tem que entender quem REALMENTE está de seu lado e o que os governos corruptos deixaram de fazer por eles.

Se me ocorre um slogan neste momento, deixa transcrever antes que a memória do Velho a apague “Esses candidatos raivosos que nos atacam continuamente, não é por ódio nem ideologia, é MEDO por saberem que somos conhecedores de seus crimes”

Um bom tema de campanha seria a teoria, para mim bastante provável, de que a vitória do Doutor Honoris Causae em Ladroagem sobre o Bolsocheio poderia provocar uma reação violenta do gado e até do próprio derrotado, com alto risco para a democracia e o estado de direito, circunstância que nunca se verificaria em relação ao nosso candidato, contra o qual seria muito difícil posicionar-se depois de eleito sem denunciar sua condição de cabeça da Hidra. Tenho numerosos conhecidos bolsonaristas radicais, e todos, todos mesmo, nutrem ódio obsessivo pelo Lula e não admitem a hipótese de um novo governo petista. É uma circunstância real e importante que deve de ser explorada.

O repúdio ao sistema explorador pela desigualdade social reinante e difícil mobilidade social devido à deficiente educação pública, tem que ser exibido sempre que oportuno.

A campanha deverá fornecer uma assessoria categorizada de comunicação e imagem ao candidato, que zele pela simplicidade e objetividade dos pronunciamentos e discursos, e, principalmente, vigie as declarações para nunca, nunca mesmo, ter que se desmentir ou pedir desculpas. Melhor calado, do que estigmatizado por uma palavra mal colocada.

Um levantamento da situação sociopolítica e geopolítica do Brasil entregue por Fernando Henrique em 01/01/2003, deverá ser feito e comparado com os dados atuais, para formular a pergunta retórica “Vocês querem continuar andando para trás, ou deixar para trás esses vinte anos de estagnação e deterioração” como eu deixo explícito no meu último texto “ E Os Próximos Vinte Anos?”.

Dentro do possível, a parte da equipe ministerial já definida, e do projeto que já estiver pronto, deverão ser continuamente exibidas como prova de compromisso com a governabilidade e não com a politicagem.

O candidato, nos seus contatos com o público e imprensa, primará pela simplicidade e ao mesmo tempo, seriedade, ele não é um frequentador de boteco nem um piadista, como seus opositores, é um ex juiz, educado, afável e de trato leve, curioso em entender os problemas dos cidadãos que procurará resolver se eleito for. Não pode posar de dono da verdade, em entrevistas não se constrangerá por não ter uma determinada resposta, justificará tranquilamente sua ignorância e mostrará interesse em aprofundar o assunto. A imagem de um candidato buscando aperfeiçoar conhecimentos para melhor governar deverá prevalecer onipotentemente sobre os dois “sabe-lo tudo”.

A Aliança

Conforme já comentado, a aliança com um partido de estrutura eleitoral ampla, é vital, e a alternativa União Brasil, já analisada, deve estar sendo desmiuçada entre comes e bebes lá na Paraíba, agora uma aliança com o MDB, minha preferida gratuita, a não ser pela minha insignificante convicção de um 99% de chances de vitória de um presidente racional e uma vice pura emoção, bate num obstáculo importante, mas não impossível, conceito inexistente em política, o MDB, altaneiro, não será de sua história pós Ulysses, ainda não sinalizou qualquer interesse, talvez querendo blefar com sua Dama de Ouros, realmente um bom coringa, mas não suficiente para ganhar o jogo, precisaria de um par, um as de preferência.

Se o MDB não pediu para ver as cartas, não quer disser que não quer jogo, acho que seria conveniente sondar, para isso existem os bons políticos com trânsito livre e boa conversa “escuta Baleia, você já pensou em laçar o Moro? Não, por que? Deixa para lá, isso tudo se ajeita! Se você quiser, eu posso jogar um verde, sem comprometê-lo” Assim se começa e a coisa pode evoluir, sempre deixando implícito que se estaria fazendo um grande favor ajudando a lavar a fachada do partido e trazendo-o de novo para o poder através da simpática senadora.

E a Midia?

Mais um muro a derrubar, os interesses financeiros falando mais alto do que os editoriais, de um lado adubados pelas verbas de propaganda eleitoral de um governo corrupto buscando a reeleição, e de outro pela pressão da Hidra lutando contra o medo de sua extinção, de novo Maomé indo à montanha, pois os donos materiais dos principais grupos deverão ser abordados, não para implorar favor, mas para pedir uma definição clara de apoio ou oposição para poder situá-los na arena, Governo Honesto X Hidra, e relembrá-los no futuro. Não seria chantagem, seria apenas “jogo limpo”.

Conclusão

Um saudoso amigo, senador e governador, me diz uma vez em que conversávamos sobre eleições “Na política brasileira, o mais feio que você pode fazer numa eleição, é perder”

Me permiti espalhar esta muvuca de ideias e opiniões, sem a mínima garantia de que tenham algum nexo ou qualidade, na ânsia de tentar colaborar com a, sem dúvida, melhor candidatura posta a disposição do povo brasileiro.

Desde já, quero deixar bem claro, que sou aposentado, tenho 82 anos, família estruturada e situação confortável, pelo que é escusado pensar que tenha algum interesse económico ou social, e a vaidade pessoal esqueci quando o cabelo começou a cair.

Pelo tanto, declaro que minha motivação é de revolta e esperança, revolta pelos anos perdidos entre mesquinhas ambições políticas pessoais, revolta pela destruição de aquele nosso “país do futuro” e esperança de que meus netos ainda possam viver a Ordem e Progresso que este sofrido povo brasileiro merece conhecer um dia, e que acredito firmemente, que no momento, só o Doutor Sérgio Fernando Moro tem condições de alcançar.

Brasília, 07 de janeiro de 2022

Francisco Moreno Mohedano

Um Velho na Janela

Um Velho na Janela
Enviado por Um Velho na Janela em 01/04/2022
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